Estudo divulgado por pesquisadores da Escola Paulista de Enfermagem da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) apontou que de 8 a cada 10 adolescentes no Brasil têm dois ou mais fatores de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), cerca de 81%. A análise foi publicada na revista científica BMC Pediatrics e avaliou mais de 121.580 jovens entre 13 e 17 anos.
O trabalho utilizou dados da Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PeNSE). Mais de 121.580 jovens entre 13 e 17 anos brasileiros foram avaliados. A proporção mais alarmante está entre jovens com idades entre 16 e 17 anos, moradores da região sudeste do país. As principais doenças registradas no estudo foram: câncer, obesidade, diabetes e problemas cardíacos.
Hábitos nocivos
O estudo teve inicio por meio da coleta de dados, através de um questionário. Os resultados apontaram elevadas taxas de hábitos considerados nocivos para a saúde, a exemplo do consumo de bebidas alcoólicas e cigarro. Um total de 81,3% dos adolescentes analisados possuem um ou mais tipos de comportamentos de risco. Dentre os hábitos mais frequentes estão: consumo frequente de refrigerante: 17,2%; ingestão de bebidas alcoólicas: 28,1%; vida sedentária: 54,1%; tabagismo: 6,8%; e não praticar atividade física: 71,5%.
Consumo de álcool e cigarro estão dentre os maiores fatores de risco (Foto: reprodução/ Arisara Tongdonnoi/Getty Images Embed)
Brasil segue tendência mundial
A situação constatada no Brasil segue a tendência mundial. A Pesquisa Global de Saúde do Estudante, que envolveu adolescentes com idades entre 11 a 17 anos de diversos locais do mundo, apontou que 82,4% deles sinalizaram dois ou mais comportamentos de risco. Os pesquisadores relataram no estudo que grande parte da culpa pelos resultados é a flexibilização das “restrições sociais impostas pelos pais ou responsáveis durante essa fase, o que promove maior independência na tomada de decisões”.
Estudo aponta medidas para combater maus hábitos
Em comunicado, a pesquisadora da Escola de Enfermagem UFMG, Alanna Gomes da Silva, destacou que: “os comportamentos adquiridos durante a adolescência tendem a se acumular e permanecer durante a vida adulta, aumentando o risco de desenvolverem várias doenças”.
Ela ainda ressaltou a importância da adoção de medidas de conscientização dos jovens para assumirem responsabilidade quanto a própria saúde. Dentre as soluções apontadas no estudo está a implementação de políticas intersetoriais.
Foto Destaque: Adolescente fumando cigarro (reprodução/Getty Images Embed/Christopher Furlong)