Saúde

Estudo aponta que 8 a cada 10 adolescentes no Brasil têm risco de desenvolverem doenças crônicas

Dentre os fatores de risco apontados pelo estudo estão os consumos de álcool e cigarro, além do sedentarismo e má alimentação

25 Jul 2024 - 15h10 | Atualizado em 25 Jul 2024 - 15h10
Estudo aponta que 8 a cada 10 adolescentes no Brasil têm risco de desenvolverem doenças crônicas Lorena Bueri

Estudo divulgado por pesquisadores da Escola Paulista de Enfermagem da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) apontou que de 8 a cada 10 adolescentes no Brasil têm dois ou mais fatores de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), cerca de 81%. A análise foi publicada na revista científica BMC Pediatrics e avaliou mais de 121.580 jovens entre 13 e 17 anos. 

O trabalho utilizou dados da Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PeNSE). Mais de 121.580 jovens entre 13 e 17 anos brasileiros foram avaliados. A proporção mais alarmante está entre jovens com idades entre 16 e 17 anos, moradores da região sudeste do país. As principais doenças registradas no estudo foram: câncer, obesidade, diabetes e problemas cardíacos.

Hábitos nocivos

O estudo teve inicio por meio da coleta de dados, através de um questionário. Os resultados apontaram elevadas taxas de hábitos considerados nocivos para a saúde, a exemplo do consumo de bebidas alcoólicas e cigarro. Um total de 81,3% dos adolescentes analisados possuem um ou mais tipos de comportamentos de risco. Dentre os hábitos mais frequentes estão: consumo frequente de refrigerante: 17,2%; ingestão de bebidas alcoólicas: 28,1%; vida sedentária: 54,1%; tabagismo: 6,8%; e não praticar atividade física: 71,5%.


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Consumo de álcool e cigarro estão dentre os maiores fatores de risco (Foto: reprodução/ Arisara Tongdonnoi/Getty Images Embed)


Brasil segue tendência mundial

A situação constatada no Brasil segue a tendência mundial. A Pesquisa Global de Saúde do Estudante, que envolveu adolescentes com idades entre 11 a 17 anos de diversos locais do mundo, apontou que 82,4% deles sinalizaram dois ou mais comportamentos de risco. Os pesquisadores relataram no estudo que grande parte da culpa pelos resultados é a flexibilização das “restrições sociais impostas pelos pais ou responsáveis durante essa fase, o que promove maior independência na tomada de decisões”.

Estudo aponta medidas para combater maus hábitos

Em comunicado, a pesquisadora da Escola de Enfermagem UFMG, Alanna Gomes da Silva, destacou que: “os comportamentos adquiridos durante a adolescência tendem a se acumular e permanecer durante a vida adulta, aumentando o risco de desenvolverem várias doenças”.

Ela ainda ressaltou a importância da adoção de medidas de conscientização dos jovens para assumirem responsabilidade quanto a própria saúde. Dentre as soluções apontadas no estudo está a implementação de políticas intersetoriais.

Foto Destaque: Adolescente fumando cigarro (reprodução/Getty Images Embed/Christopher Furlong)

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