A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou nesta segunda-feira (23) o surgimento de novos casos de varíola dos macacos — relacionada à varíola comum — e confirmou que a transmissão pode aumentar nos próximos meses, à medida que o vírus tem se espalhado por toda a Europa.
Hans Kluge, diretor regional da OMS na Europa, comentou a projeção no atual período. "Ao entrarmos na temporada de verão, com reuniões em massa, festivais e festas, me preocupa que a transmissão possa acelerar", declarou Kluge.
O vírus, que causa sintomas distintos, mas raramente é fatal, já foi visto na África Central e Ocidental. “Todos, exceto um dos casos recentes, não têm história de viagem relevante para áreas onde a doença é endêmica", completou. Porém, nas últimas semanas foram detectados casos em países europeus, incluindo Portugal e Suécia, bem como nos Estados Unidos, Canadá e Austrália, disse Kluge, chamando a propagação de "atípica".
O oficial de saúde advertiu que a transmissão poderia ser impulsionada pelo fato de que "os casos atualmente detectados estão entre aqueles que se envolvem em atividade sexual", e muitos não reconhecem os sintomas.
Hans Kluge, diretor regional da OMS na Europa. (Foto/Reprodução/Ida Guldbaek/AFP/Getty Images)
A maioria dos casos iniciais da doença foi entre os homens que fazem sexo com homens e procuraram tratamento em clínicas de saúde sexual, acrescentando que "isso sugere que a transmissão pode ter sido em curso por algum tempo".
A OMS disse que está investigando o fato de que muitos casos relatados eram pessoas que se identificam como gays, bissexuais ou homens que fazem sexo com homens. A declaração do funcionário veio após França, Bélgica e Alemanha relataram seus primeiros casos da varíola dos macacos e a confirmação de que a Itália havia três casos relacionados à doença.
A doença não tinha sido anteriormente descrita como uma infecção sexualmente transmissível, segundo a Agência de Segurança Sanitária do Reino Unido (UKHSA). Ela pode ter sido transmitida através do contato com lesões de pele e gotículas de uma pessoa contaminada, bem como itens compartilhados, como roupa de cama e toalhas.
O secretário de saúde do Reino Unido, Sajid Javid, procurou tranquilizar o público: "Os casos em sua maioria são leves e eu posso confirmar que adquirimos novas doses de vacinas que são eficazes contra a varíola dos macacos.”
Foto destaque: Criança com sintomas da varíola dos macacos (Reprodução/MPN)