Saúde

Desonestidade: neurocientista revela como age o cérebro de pessoas desonestas

De acordo com o neurocientista e Mestre em Psicologia, Fabiano de Abreu Agrela, a pessoa desonesta pode ser assim por uma questão de caráter ou por causa de um problema mental.

24 Fev 2023 - 14h00 | Atualizado em 24 Fev 2023 - 14h00
Desonestidade: neurocientista revela como age o cérebro de pessoas desonestas Lorena Bueri

Você conhece alguém desonesto? A pessoa que usa da mentira para se sobressair de situações ou até para prejudicar outras pessoas? Bom, essas pessoas estão espalhadas em todos os lugares do mundo e esse comportamento que envolve a desonestidade, nem sempre é somente uma questão de caráter.

De acordo com o PhD em Neurociências e Mestre em Psicologia, Fabiano de Abreu Agrela, a pessoa desonesta pode ser assim por uma questão de caráter ou por causa de um problema mental.

“De certa forma, são pessoas que se tornam arrogantes pela própria desonestidade, para tentar balancear o prejuízo do peso de não ser honesto. Pois o certo e o errado está bem definido em nossa cultura e sociedade. Logo, o que destoa, torna-se um peso”, disse.

Segundo Fabiano, a arrogância, tem como semântica a inveja e a prepotência, logo, ver a honestidade de alguém, fere aos que não conseguiram conquistas através da honestidade. “É como uma competição narcísica em que, a falta de capacidade de conseguir fazer o certo, faz odiar os que conseguem”, complementou.

“Neurocientificamente falando, a desonestidade aumenta com o tempo. Há muita atividade em regiões do cérebro associadas às emoções – a amígdala em particular. Com o tempo, quanto mais desonesto, essa região diminui a sua atividade. Mas isso não é bom, pois significa que o cérebro se moldou a essas circunstâncias. O cérebro tem a capacidade de se adaptar e tornar os estímulos menos intensos. Infelizmente, a adaptação torna mais fácil fazer algo ruim”, explicou.

Conforme Fabiano, essa alteração também afeta a região frontotemporal fazendo com que o indivíduo distorça a razão a seu favor. Ou seja, segundo o professor, essa pessoa começa a não se importar com a mentira.

O especialista também afirmou que experimentos de imagens cerebrais conduzidos por Tali Sharot na University College London mostram que o cérebro se adapta ao comportamento desonesto. Os participantes mostraram atividade reduzida em seu sistema límbico à medida que contavam mais mentiras, apoiando a ideia de que cada mentira torna a mentira mais fácil.

Foto Destaque: Reprodução

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