Um estudo feito por pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ICB/UFRJ) identificou a proteína lamina-B1, associada ao envelhecimento do cérebro. A descoberta pode auxiliar os cientistas na compreensão de problemas cognitivos cerebrais, o que abre portas para tratamentos contra demências, como o mal de Alzheimer.
Segundo a revista VEJA, a princípio, a equipe operou com roedores e 16 amostras cerebrais post mortem de bancos de encéfalos da Universidade de São Paulo (USP), com o intuito de analisar transformações nos astrócitos, células nervosas que auxiliam no controle de funcionamento dos neurônios. Nesse sentido, a lamina-B1 age na manutenção da integridade das células, que em baixa atividade, afetam os neurônios e causam distúrbios cognitivos.
De acordo com o Ministério da Saúde, o mal de Alzheimer é a forma mais comum de demência neurodegenerativa em pessoas idosas. (Foto: Reprodução/Pixabay).
As demências incluem diversos fatores que reduzem a qualidade de vida, tais como perda de memória, incapacidade intelectual e de raciocínio, redução na habilidade social e desequilíbrio nas reações emocionais. A coordenadora do estudo, Flávia Alcântara Gomes, explica que o objetivo do projeto “foi identificar indicadores de mudanças que podem levar à perda de função e, por fim, em alguns casos, à demência. A novidade de nosso trabalho foi encontrar um marcador que identifica as células envelhecidas no cérebro”.
A primeira autora do estudo, Isadora Matias, revelou que eliminar os astrócitos envelhecido já configura uma estratégia no combate dos déficits cognitivos. No entanto, esse processo não é tão simples. Ela explica que “o pulo do gato” será reverter o envelhecimento dos astrócitos normalizando a concentração de lamina-B1, iniciativa que, para ser realizada, precisa de mais estudos. Não obstante, a pesquisadora demonstra entusiasmo com a descoberta feita: “Será muito importante usar o que aprendemos com essa proteína capaz de dar o sinal de alerta de envelhecimento precoce”, relata.
O estudo liderado pelas brasileiras foi publicado na revista científica Aging Cell, canal com elevado fator de impacto na comunidade científica internacional.
Foto Destaque: Cérebro humano. Reprodução/Computer Hoy.