O crescimento do número de adolescentes usuários de cigarros eletrônicos deixa escolas brasileiras em alerta. Com o retorno das aulas presenciais, a preocupação se acentuou. Além do consumo comum em locais reservados, como os banheiros, também há casos de comercialização dos aparelhos, que são proibidos nos colégios do país.
Algumas escolas privadas alertam os pais sobre o tema e debatem em salas de aula sobre os riscos proporcionados pela substância. Como os dispositivos são discretos, com alguns apresentando visuais semelhantes a um pendrive, sua identificação por parte dos professores se torna complexa.
O funcionamento desses aparelhos se dá por meio de uma bateria que gera aquecimento de um líquido no interior do dispositivo (composto de água, aromatizante alimentar, nicotina, propilenoglicol e glicerina vegetal). Comumente chamado de vape ou pod, após ser tragado pela boca, o dispositivo libera uma fumaça branca que não contém cheiro ou que apresente um cheiro que se dissipa facilmente no ar.
Em pesquisa realizada pelo “Estadão”, alguns adolescentes afirmaram que o consumo é comum entre os estudantes, especialmente do ensino médio, nos banheiros dos colégios, nas quadras e até nos fundos das salas de aula. O uso dos dispositivos também ocorre nos arredores das escolas, após o término das aulas ou no período de intervalo entre os turnos.
Número de jovens consumidores de cigarro eletrônico criam alerta para escolas particulares. (Foto: Reprodução/ Freepik)
Os cigarros eletrônicos são mais comuns em colégios particulares, visto que um dispositivo pode custar entre R$ 60 a R$ 680. Mesmo sendo proibido no Brasil, o vape é facilmente encontrado em lojas de conveniência, redes sociais e tabacarias.
A diretora de uma escola particular de São Paulo, Ana Paula de Oliveira, afirma que os alunos do ensino médio e fundamental se assustaram durante uma palestra sobre os riscos proporcionados pelos cigarros eletrônicos. Segundo ela, os adolescentes não entendem que os aparelhos podem ser cancerígenos, viciantes e causadores de danos aos pulmões, e que usam apenas para cumprir uma “moda”.
O coordenador pedagógico no Centro Educacional Pioneiro, Mario Fioranelli, diz que a sensação de um caráter não viciante do dispositivo faz com que os usuários entendam o vape como algo inofensivo. Além disso, os diversos sabores e aparelhos que brilham no escuro despertam a atenção dos adolescentes.
Foto destaque: Consumo de um cigarro eletrônico. Reprodução/ Freepik