Saúde

Com postos de saúde sobrecarregados por conta da Ômicron, profissionais sofrem agressões por parte da população

Enquanto o país bate recorde de casos na nova onda da variante da Covid-19, também sobe o número de denúncia de médicos e enfermeiros que afirmam ser vítimas de agressão.

31 Jan 2022 - 20h45 | Atualizado em 31 Jan 2022 - 20h45
Com postos de saúde sobrecarregados por conta da Ômicron, profissionais sofrem agressões por parte da população Lorena Bueri

Com mais uma explosão repentina na quantidade de casos, a população foi afastada novamente de sua rotina de trabalho, e também os profissionais de suas funções médicas. Com o aumento da demanda nos atendimentos públicos, que já enfrentava problemas muito antes, os pacientes tiveram que ter ainda mais paciência para receber seus diagnósticos.

Diante das internações batendo 90% de ocupação, de acordo com dados do Observatório Covid Fiocruz, com o esgotamento mental apontado por especialistas durante os últimos dois anos por conta da pandemia da Covid-19, a população parece estar cada vez mais saturada. Porém, as reações vão além dos efeitos colaterais da doença, pois em muitos casos, pacientes têm sido mais agressivos ao se consultar.


Logo do Sistema Único de Saúde (Foto: Reprodução/IStock)


Recentemente, ao menos dez médicos fizeram uma denúncia no Distrito Federal (DF), ao afirmar que foram vítimas de agressão por parte dos pacientes, como apontou o Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do DF (Sindate-DF). Além disso, outro caso que ganhou repercussão foi da médica Sabrina de Oliveira Lacerda que sofreu traumatismo craniano leve ao ser jogada no chão e receber socos na cabeça por uma paciente que exigia atestado sem ter feito o teste.

Veja um trecho da confusão envolvendo a médica Sabrina Lacerda:


Momento em que a profissional é agredida por uma paciente. (Vídeo: Reprodução/Metrópoles)


A ineficiência de alguns equipamentos, demora no atendimento e péssimas condições hospitalares, podem ser alguns dos motivos que influenciam esse comportamento, mas para os profissionais da saúde, não são apenas os pacientes que enfrentam problemas nos postos, pois, segundo eles, os profissionais também sofrem com a falta de suporte e estrutura adequada, além da dupla jornada de trabalho que fazem para tentar compensar o desfalque.

Apesar de não haver números exatos sobre as denúncias, relatos de médicos e enfermeiros agredidos, tanto verbalmente, quanto fisicamente, chegam de toda parte do país. E mesmo com a falta de registros, um recente levantamento do Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren) com mais de 250 entrevistados, apontou que ao menos 40%  dos trabalhadores da área afirmam já ter sofrido agressões verbais e morais, e cerca de 9%, agressões físicas.

Ainda segundo relatos, as agressões variam entre xingamentos, tapas, socos, arremesso de objetos e até ameaças, fora confusões generalizadas entre os pacientes. Os médicos alegam que a maioria dos problemas se dá ao fato de que a população não entende que a equipe precisa seguir com as prioridades nos atendimentos, mesmo que uma pessoa que chegue em estado grave tenha que ultrapassar aqueles que estão horas esperando.


Registro de outra profissional da saúde que foi agredida. (Foto: Reprodução/ Polícia Distrital)


Atualmente, a média de espera nos postos de atendimento público é de cerca de 6 horas para receber o diagnóstico médico por conta da sobrecarga e demanda, que nem sempre chega a ser feito em todos. No entanto, apesar das reclamações, os médicos percebem que quase todas essas reações estão associadas às consequências que a pandemia vem deixando ao longo do tempo, como o aumento da ansiedade e dificuldade de interação, além da instabilidade emocional.

Neste sábado (29), mais de 200 mil casos de Covid foram diagnosticados nas últimas 24 horas, batendo mais um recorde, segundo o consórcio de veículos de imprensa, mostrando a tendência de alta dos casos. Mesmo com toda realidade difícil, especialistas ressaltam a importância dos profissionais da saúde serem acompanhados por um psicólogo para conseguir lidar com esse tipo de situação.

Consequência nos profissionais

Segundo entrevistas da Folha de São Paulo (Estadão), as consequências de todo esse estresse por parte da população acaba atingindo os médicos e enfermeiros, que afetados com toda situação, acabam tendo crises de ansiedade e burnout, além do desgaste psicológico.

Também afetados pela falta de assistências básicas, como medicações, kits de higiene, EPIs e até dos próprios testes, muitos tentam sinalizar há tempos a precariedade que enfrentam todos os dias. 

Contudo, enquanto se espera ações do poder público para mudar essa rotina cada vez mais desgastante, cabe aos profissionais se protegerem, e a população compreender o processo a ser seguido para que todos sejam atendidos, sem qualquer dano.

 

Foto destaque: Reprodução/Jornal Opção

Lorena Bueri CEO, Lorena Bueri, madrinha perola negra lorena bueri, lorena power couple, lorena bueri paparazzi, Lorena R7, Lorena Bueri Revista Sexy, Lorena A Fazenda, Lorena afazenda, lorena bueri sensual, lorena gata do paulistão, lorena bueri gata do paulistão, lorena sexy, diego cristo, diego a fazenda, diego cristo afazendo