Nesta terça-feira (5), a Fundação do Câncer divulgou um estudo que demonstra que por volta de 6 mil casos de câncer associados com o papilomavírus humano (HPV) podem ser evitados através da prevenção primária, em um período de um ano.
Informações sobre a pesquisa
O estudo não registrou outros dados que são alarmantes, como o câncer do colo do útero, com 17 mil casos estimados por ano, frequentemente relacionado pelo HPV. Também consta na pesquisa que a prevenção primária poderia evitar cerca de 4,5 mil mortes anualmente.
De acordo com a quarta edição da pesquisa “O impacto do HPV em diferentes tipos de câncer no Brasil”, grande parte dos pacientes chegam às unidades de saúde com uma situação grave e estágios avançados da doença.
O estudo mapeou cinco tipos de câncer: orofaringe, ânus e canal anal, vagina, vulva e pênis. Os resultados demonstraram que quase 90% dos homens e cerca de 85% das mulheres chegam com a doença avançada quando são recebidos pelos profissionais de saúde.
Vacinação pode evitar casos de câncer relacionados ao HPV. (Foto: reprodução/AdobeStock)
Atraso no tratamento
Os dados do estudo indicaram que existem falhas na relação entre o tempo de espera do paciente e o início do tratamento após o diagnóstico.
O diretor executivo da Fundação Luiz Augusto Maltoni disse que os indivíduos que vão muitos dos pacientes chegam ao hospital com o diagnóstico em mãos e esperam mais de 60 dias. Nesta situação, os profissionais de saúde ferem “a lei 12.732/12 que garante ao cidadão iniciar o tratamento dentro desse prazo após o diagnóstico da doença”.
De acordo com o diretor, essa demora demonstra que há falhas no sistema de saúde, que prejudica no tempo entre a “investigação na atenção secundária e no encaminhamento para a terapêutica”.
A pesquisa revelou que a maioria dos pacientes têm mais de 50 anos de idade (78%), possuem baixa escolaridade (64%) e são negros (56% dos homens e 53% das mulheres). As informações indicam que grande parte dos casos podem ser evitados pela vacinação, que pode diminuir os gastos da saúde pública.
Foto destaque: profissional de saúde cuida de paciente com câncer. Reprodução/Sciath