O CAR-T cell (chimeric antigen receptor T cell) é uma terapia que envolve o uso de células T do sistema imunológico do próprio paciente para tratar alguns tipos de câncer.
No Brasil, 14 pacientes já foram tratados com o novo método CAR-T Cell, a partir de um estudo financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Esse tratamento é feito do próprio sistema do paciente e quem segue desenvolvendo o método é a USP em parceria com o Instituto Butantan e o Hemocentro de Ribeirão Preto, a terapia só é utilizada em pacientes que se encontra estágio avançado.
Embora nenhum dos pacientes brasileiros tenham sido considerados curados, todos estão em remissão. O primeiro paciente a receber o tratamento foi em 2019, há menos de 5 anos, mas infelizmente faleceu semanas depois em um acidente doméstico.
Todos os pacientes tratados no estudo tiveram remissão de pelo menos 60% dos tumores. A terapia CAR-T Cell é direcionada a três tipos de câncer: leucemia linfoblástica B, linfoma não Hodgkin de células B e mieloma múltiplo. Porém, o tratamento para o mielona múltiplo não está disponível no Brasil.
O método CAR-T Cell está sendo utilizado em poucos países. No segundo semestre, no Brasil está previsto o tratamento de 75 pacientes, financiado pelo governo, e após a autorização da Anvisa. O tratamento só está disponível na rede privada, por um custo mínimo de R$ 2 milhões por pessoa.
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Quando se fala sobre a cura do câncer, dois termos entram em questão: "remissão" e "cura". Para entender melhor essas definições, o portal G1 conversou com especialistas. Segundo Rodrigo Calado, professor titular de hematologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, a cura ocorre quando o câncer é totalmente erradicado, o que geralmente acontece após um período de 5 anos em remissão.
A remissão ocorre quando o câncer não é mais detectado em nenhum exame. Isso pode ocorrer em um período de até um mês, como no caso de Paulo Pelegrino, que vivia com câncer há 13 anos e alcançou a remissão da doença após um tratamento revolucionário em apenas um mês. No entanto, também é possível que os níveis de câncer estejam muito baixos, o que dificulta a detecção da doença. Em qualquer caso, a cura é estabelecida após 5 anos em remissão.
De acordo com o professor Vanderson Rocha, professor de hematologia, hemoterapia e terapia celular da Faculdade de Medicina da USP e coordenador nacional de terapia celular da rede D'Or, inicialmente o paciente deve passar por exames a cada três meses, depois quatro meses, seis meses e, por fim, uma vez ao ano.
É importante tomar precauções contra infecções. Isso varia dependendo do tipo de tratamento, mas, em geral, após três meses de remissão, é possível retomar uma vida normal. No caso de um transplante de medula óssea, o período pode ser de aproximadamente seis meses, dependendo do tipo. Daí, é possível realizar todas as atividades desejadas, com moderação.
Foto destaque: Células. Imagem: Jakub Rupa/iStioc