“Burnon”: entenda a síndrome de quando a paixão pelo trabalho leva à exaustão
O estado de hiperatividade contínua no trabalho, apesar da exaustão, é o que diferencia o burnon do burnout, aumentando o risco de depressão crônica e doenças físicas como hipertensão

Na corrida incessante da vida moderna, um novo fenômeno psicológico surge, chamado “burnon”. Diferente da conhecida síndrome de burnout, onde o indivíduo entra em colapso por causa do estresse crônico, o burnon descreve aqueles que continuam a se esforçar incansavelmente mesmo estando exaustos.
Este termo foi criado pelos psicólogos Timo Schiele e Bert te Wildt, de uma clínica psicossomática na Alemanha, após que observaram essa tendência em pacientes tratados por burnout.
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Os pacientes com burnon continuam se esforçando mesmo após ultrapassarem seus limites de bem-estar mental (Foto: reprodução/ Oleg Breslavtsev/GettyImages Embed)
Entenda as causas
O “burnon” é caracterizado por um estado de engajamento intenso no trabalho, impulsionado pela paixão e pela constante conectividade digital, deixam um estado de hiperatividade contínua. Profissionais dedicados enfrentam um acúmulo de responsabilidades, buscando excelência em todas as esferas, inclusive no lazer e na vida social. Contudo, a sobrecarga crônica pode resultar em sintomas físicos como dores musculares, cefaleias e distúrbios psicológicos, incluindo depressão e ansiedade.
O estilo de vida moderno, que valoriza o sucesso e o reconhecimento, e fatores como a competição e crises econômicas intensificam o estresse. Aqueles que almejam a perfeição, estão especialmente suscetíveis ao burnon, com o perfeccionismo exacerbando a pressão interna.
Psicologicamente, pode levar ao desespero, perda de felicidade e questionamentos existenciais. Comorbidades como depressão, ansiedade e vícios podem surgir, além de condições psicossomáticas como hipertensão, aumentando o risco de complicações cardíacas e derrames cerebrais.
Como lidar com a Síndrome
É essencial encontrar um equilíbrio saudável entre a vida profissional e pessoal, reconhecendo a importância do descanso. Mudanças são necessárias quando o trabalho sobrepõe o autocuidado. Atividades como caminhadas e meditação são vitais para mitigar o estresse. A assistência de terapeutas proporciona estratégias adaptadas. Ainda que burnon não seja uma doença mental oficial, sua identificação é fundamental para a busca de apoio e a descrição de sintomas.
É crucial buscar um equilíbrio, valorizando o descanso e a desconexão para preservar a saúde mental e física a longo prazo. Pessoas apaixonadas pelo trabalho tendem a negligenciar suas próprias necessidades.
Foto Destaque: psicólogos de Munique criam o termo “burnon” para pessoas que dão o seu melhor mesmo estando exaustas (Reprodução/FG Trade/GettyImages Embed)