Uma análise de mais de 100.000 participantes ao longo de um período de acompanhamento de 30 anos descobriu que os adultos que realizam duas a quatro vezes a quantidade atualmente recomendada de atividade física moderada ou intensa por semana têm um risco significativamente reduzido de mortalidade, de acordo com uma nova pesquisa publicada na principal revista da American Heart Association, a “Circulation”, na última terça-feira (26).
A redução foi de 21% a 23% para as pessoas que praticavam duas a quatro vezes a quantidade recomendada de atividade física intensa e de 26% a 31% para as pessoas que praticavam duas a quatro vezes a quantidade recomendada de atividade física moderada a cada semana.
A atividade física regular está historicamente associada à redução do risco de doenças cardiovasculares e morte prematura. Em 2018, as Diretrizes de Atividade Física do Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS) dos Estados Unidos recomendaram para os americanos que os adultos se envolvam em pelo menos 150 a 300 minutos por semana de atividade física moderada ou 75 a 150 minutos por semana de atividade física intensa, ou uma associação equivalente de ambas as intensidades.
As recomendações atuais da American Heart Association, que são baseadas nas Diretrizes de Atividade Física da HHS, são de pelo menos 150 minutos por semana de exercício aeróbico de intensidade moderada ou 75 minutos por semana de exercício aeróbico intenso, ou uma combinação de ambos.
Uma caminhada ou corrida semanal é benéfica para a saúde. (Foto/Reprodução/WHI)
O Dr. Dong Hoon Lee, pesquisador associado do departamento de nutrição da Harvard T.H. Chan School of Public Health, em Boston, comentou os resultados. "O impacto potencial da atividade física na saúde é grande, mas ainda não está claro se praticar altos níveis de atividade física de intensidade prolongada, seja intensa ou moderada acima dos níveis recomendados, fornece benefícios adicionais ou efeitos nocivos sobre o sistema cardiovascular", de acordo com Hoon Lee.
Além disso, o médico falou sobre os métodos utilizados na pesquisa. “Nosso estudo alavancou medidas repetidas de atividade física autorreferida ao longo de décadas para examinar a associação entre atividade física de longo prazo durante a idade adulta média e tardia e mortalidade", comentou. Além disso, não foram encontrados efeitos prejudiciais à saúde cardiovascular entre os adultos que relataram ter praticado mais de quatro vezes os níveis mínimos de atividade recomendados.
Estudos anteriores encontraram evidências de que exercícios de resistência de longo prazo e de alta intensidade, como maratonas, triatlos e corridas de bicicleta de longa distância, podem aumentar o risco de eventos cardiovasculares adversos, incluindo fibrose miocárdica, calcificação da artéria coronária, fibrilação atrial e morte cardíaca súbita.
Foto destaque: A importância dos exercícios físicos regulares é enorme. Reprodução/SHLT