Saúde

Após 25 anos, Faixa de Gaza tem novo caso de Poliomielite

Ainda é possível que haja novos casos fora de Gaza; método de imunização presente em países de baixa renda pode ser responsável pelos surtos

30 Ago 2024 - 20h33 | Atualizado em 30 Ago 2024 - 20h33
Após 25 anos, Faixa de Gaza tem novo caso de Poliomielite Lorena Bueri

Autoridades de saúde fizeram uma nova descoberta em julho, o poliovírus foi encontrado em amostras de esgotos na Faixa de Gaza. Agora, em agosto, um bebê de 11 meses contraiu a doença e está com uma das pernas paralisadas, sendo este o primeiro caso em terras palestinas após 25 anos. Agências internacionais estão enviando cerca de 1,6 milhões de doses de vacina oral para conter a doença, a área possui 640 mil crianças, com menos de 10 anos, que precisarão ser imunizadas. 

O objetivo é erradicar mais uma vez

O principal foco, além de imunizar as crianças da região, é evitar que a Poliomielite se espalhe mundialmente. Há cerca de 30 anos, a Assembleia Mundial de Saúde já havia reduzido a doença em 99%, através de campanhas de vacinação ao redor do mundo. O poliovírus selvagem está presente em dois redutos: Paquistão e Afeganistão, mas a doença encontrada em Gaza veio, provavelmente, do Egito, uma vez que o país tem mandado caminhões de ajuda para o enclave. De acordo com especialistas, ainda é possível que a doença saia de Gaza enquanto o vírus estiver circulando e que haja casos fora da região. 

Segundo Oliver Rosenbauer, porta-voz da Iniciativa Global de Erradicação da Pólio, enquanto a doença existir, todos os países estarão em risco. E acrescenta que será necessário erradicar a pólio selvagem desses lugares e retirar gradualmente o componente do vírus vivos nas vacinas orais, para eliminar de vez a enfermidade. 


Poliomielite encontrado na Faixa de Gaza

Imagem ilustrativa de vacina (Foto: reprodução/Pexels)


Vírus vivo causa preocupação 

Mesmo que dois dos três tipos tenham sido eliminados, ainda há um que causa procurações: o poliovírus derivado da vacina. Essa forma do vírus vivo, porém enfraquecido, é usada em vacinas orais de países pobres. Projetadas para induzir uma resposta imunológica sem causar sintomas graves, porém essa forma é responsável pelos surtos recentes nos países.

Uma criança imunizada com a vacina oral pode eliminar o vírus enfraquecido nas fezes ou em secreções corporais. Quando as taxas de vacinação em uma população são inadequadas, o poliovírus derivado da vacina pode se espalhar sem interrupção, sofrendo mudanças genéticas e eventualmente revertendo para um tipo capaz de causar paralisia e surtos. Países de renda mais alta fazem uso, desde os anos 2000, da vacina injetável que não contém o vírus vivo. 


Foto Destaque: imagem ilustrativa de criança em consulta médica (Reprodução/Pexels)

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