A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou, nesta segunda-feira (8), a aprovação da vacina Covovax (NVX-CoV2373) contra a Covid-19 desenvolvida pela Novavax. A vacina é considerada o primeiro imunizante a adotar a tecnologia de proteína recombinante no Brasil, oferecendo uma abordagem distinta às vacinas já em uso no país.
A vacina Covovax é produzida pelo Instituto Serum, na Índia, considerado o maior fabricante de vacinas do mundo. A solicitação para a autorização foi feita pela representante brasileira do instituto, a Zalika Farmaceutica. A Anvisa enfatizou que a aprovação foi respaldada por extensos dados de eficácia, imunogenicidade e segurança provenientes de dois estudos clínicos principais.
Diferencial tecnológico
Diferentemente de outras vacinas como Pfizer/BioNTech, CoronaVac e Oxford/AstraZeneca, que empregam diferentes tecnologias, Covovax é inovadora ao utilizar proteína recombinante. Tal tecnologia vacinal envolve apenas uma parte do vírus, conhecida como proteína S (Spike), associada a uma adjuvante à base de saponina, um extrato vegetal. O objetivo é induzir uma resposta imunológica mais eficaz.
Embora a Novavax tenha desenvolvido a Covovax, a versão produzida em colaboração com o Instituto Serum recebe a denominação Covovax. A Anvisa autorizou a aplicação da vacina como esquema primário para indivíduos a partir de 12 anos, com a administração de duas doses e um intervalo de 21 dias corridos entre elas. Adicionalmente, recomenda-se um reforço aproximadamente 6 meses após a última aplicação, especialmente para indivíduos com 18 anos ou mais.
Formulação original
Apesar da aprovação, a Covovax pode enfrentar desafios na implementação efetiva no Brasil. A formulação aprovada é direcionada à variante original do Sars-CoV-2, enquanto a campanha nacional já oferece doses atualizadas para variantes mais recentes. Embora os estudos clínicos tenham demonstrado uma eficácia notável de 90,4% entre adultos, conduzidos entre dezembro de 2020 e abril de 2021, a Anvisa destaca a necessidade de atualização da vacina conforme a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Seringa e ampola de vacina. (Foto: reprodução/Agência Brasil/Tomaz Silva)
A Novavax já desenvolveu uma formulação adaptada para a variante XBB, recomendada pela OMS, aprovada em diversos países. A Anvisa espera receber os dados complementares necessários para essa atualização no início de 2024, conforme o Termo de Compromisso firmado entre a agência e a empresa.
Aprovação da vacina
A Anvisa concedeu registro à Vacina Covid-19 (recombinante), representando um avanço significativo na resposta à pandemia. Aprovada para indivíduos a partir de 12 anos, a vacina monovalente utiliza proteína S recombinante com adjuvante à base de saponina. Fabricada pelo Instituto Serum, aguarda avaliação pelo Ministério da Saúde para possível inclusão no Programa Nacional de Imunizações (PNI).
A abordagem inovadora da Covovax, aliada à sua eficácia comprovada, oferece perspectivas promissoras para a continuidade da luta contra a Covid-19 no Brasil. A Anvisa reforça a importância da atualização da vacina para garantir a eficácia contra variantes mais recentes do vírus, seguindo as diretrizes da OMS.
Foto destaque: O técnico em enfermagem, João Victor Pinho durante visita a paciente com vacinação em atraso, em Irajá, na zona norte da capital fluminense. (Reprodução/Agência Brasil/Tomaz Silva.