O câncer de esôfago, ou esofágico, é um dos mais agressivos de tumores conhecidos, sendo mais comum entre os homens na faixa de 50 a 60 anos de idade. No Brasil, é o 6º tipo de câncer que mais acomete os homens; nas mulheres, é o 15º. Já ao redor do mundo, fica com o 8º lugar. Apesar dos avanços tecnológicos da medicina a cada ano, a taxa de sobrevivência ainda é baixa, sendo que a chance de cura em estágio Inicial é de 80%. No entanto, o número cai para 20% quando o quadro é avançado.
Segundo a oncologista clínica do hospital Sírio-Libanês, em Brasília, Luíza Dib os sintomas não devem ser ignorados e um profissional especialista deve ser consultado o quanto antes para um diagnóstico precoce, aumentando as chances consideráveis de cura. Existem dois tipos de câncer esofágico: o carcinoma epidermoide escamoso, o mais comum em todo mundo e responsável por 96% dos casos; e o adenocarcinoma, a incidência de casos têm aumentando progressivamente no Brasil e no mundo.
O câncer é uma doença de origem genética que pode acometer qualquer pessoa. Células com o DNA alterado vão se reproduzindo de forma descontrolada no corpo do paciente. Muitos hábitos e práticas podem favorecer neste descontrole celular, avançando o estágio da doença, como beber em excesso, fumar, sedentarismo, entre outros. Neste caso, as células cancerígenas são formadas no esôfago, ligando a garganta ao estômago, começando no pescoço, passando por pelo tórax e terminando no estômago.
Ilustração do tumor esofágico. (Foto: Reprodução/ Organização Mundial de Saúde)
As reclamações mais frequentes de pacientes que desenvolveram o câncer de esôfago são a dificuldade de engolir alimentos sólidos e a perda de peso. No entanto, é possível perceber outros tipos de manifestações, como dor na caixa torácica, rouquidão, tosse, refluxo, mau hálito, sangue no vômito, indigestão e fezes escurecidas.
O médico Luiz Ernesto de Almeida Troncon, professor da Divisão de Gastroenterologia do Departamento de Clínica Médica da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto ressalta que, na fase inicial, o quadro não apresenta sintomas. Por isso a importância em identificar os sintomas. O recomendado é que a consulta seja marcada com especialistas qualificados como gastroenterologista e otorrinolaringologista. Porém, o clínico geral também pode ser de ajuda, pois irá encaminhar pedidos de exames cruciais para a identificação do quadro. Este poderá solicitar endoscopia digestiva, caso haja presença de lesão no tubo digestivo o material será coletado para biópsia e o exame anátomo-patológico confirmará a presença do tumor.
Exames de ressonância magnética, ultrassonografia e tomografia computadorizada irão identificar em que fase a doença se encontra. Uma vez comprovado o câncer esofágico, o profissional irá receitar o tratamento mais adequado para o quadro do paciente de acordo com o estágio. Para melhor sucesso no tratamento a estratégia é combinar duas modalidades, como cirurgia de remoção do tumor junto com radioterapia, em estágios iniciais, e quimioterapia em casos mais avançados.
Foto destaque: Imagem computadorizada destacando sistema digestivo. Reprodução/ Instituto Nacional de Câncer