O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira (20) a retirada da tarifa de 40% aplicada a determinados produtos agrícolas brasileiros. A mudança, formalizada por meio de decreto, representa uma guinada nas tensões comerciais entre os dois países e ocorre após negociações diplomáticas entre Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entre os produtos beneficiados estão café, frutas tropicais, suco, cacau e carne bovina.
Motivações e bastidores da decisão
De acordo com o documento oficial da Casa Branca, a revogação das tarifas decorre de um entendimento entre os governos dos EUA e do Brasil. Trump afirmou que a decisão foi tomada após conversas com Lula e baseou-se em recomendações recebidas de autoridades que reconheceram “avanços iniciais nas negociações”. Segundo o decreto, certas importações agrícolas que haviam sido alvo da sobretaxa já não deveriam mais estar sujeitas à alíquota adicional de 40%, um movimento apresentado como necessário para lidar com as preocupações comerciais levantadas por ambos os lados.
Donald Trump e Presidente Lula (Foto: reprodução/Andrew Harnik/Getty Images Embed)
Alívio para o agronegócio brasileiro
A decisão de Trump traz alívio para setores estratégicos da economia brasileira. Produtores de café, frutas tropicais e carne bovina, que enfrentaram dificuldades após a imposição das tarifas, veem agora uma oportunidade para retomar o ritmo de exportação para o mercado norte-americano. A retirada da sobretaxa pode reduzir os custos de exportação e aumentar a competitividade dos produtos brasileiros nos Estados Unidos, o que pode impulsionar receitas para o agronegócio nacional.
Desafios persistentes e críticas
Apesar do avanço, analistas e entidades do setor apontam que o alívio é apenas parcial. Embora a tarifa adicional de 10% tenha sido retirada de cerca de 200 produtos, a sobretaxa de 40% continua presente sobre itens como café não torrado, carne bovina e frutas, segundo setores industriais brasileiros. O vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, afirmou que a decisão é positiva, mas alertou para “distorções” que ainda prejudicam a competitividade do país, principalmente porque muitos produtos estratégicos permanecem taxados.
