Um temporal de grandes proporções atingiu o estado do Paraná na noite de quinta-feira (7), provocando destruição em diversos municípios do Oeste e Sudoeste. O fenômeno, identificado como um ciclone extratropical, trouxe ventos que ultrapassaram os 80 km/h, deixando ruas intransitáveis, casas destelhadas e milhares de pessoas sem energia elétrica. De acordo com a Defesa Civil, a situação é considerada uma das mais graves dos últimos anos na região, com registros de seis mortes confirmadas até o momento.
Cidades em estado de emergência e relatos de pânico
Os municípios de Rio Bonito do Iguaçu, Candói, Guarapuava e Pato Branco estão entre os mais atingidos. Em Rio Bonito do Iguaçu, moradores relataram cenas de desespero durante a passagem do ciclone, com casas sendo destruídas e postes caindo sobre veículos. A prefeitura decretou situação de emergência e solicitou apoio estadual para restabelecer o fornecimento de energia, limpar as vias bloqueadas e abrigar famílias desabrigadas.
Em Guarapuava, um homem de 53 anos morreu soterrado após o desmoronamento da casa onde vivia, na zona rural. Em Candói, escolas e postos de saúde tiveram parte dos telhados arrancados, e mais de mil residências foram afetadas. Já em Pato Branco, o vendaval derrubou árvores centenárias e deixou bairros inteiros sem energia por mais de 12 horas.
Impactos, ações de resgate e alerta para novos temporais
Segundo a Copel (Companhia Paranaense de Energia), mais de 60 mil unidades consumidoras ficaram sem luz em todo o estado. As equipes de manutenção trabalham em regime emergencial para restabelecer o serviço, mas em muitas áreas o acesso é difícil devido à lama e aos destroços espalhados pelas estradas. A Defesa Civil Estadual mobilizou caminhões, retroescavadeiras e equipes de resgate para atender as ocorrências mais urgentes, como o desabamento de casas e o resgate de famílias ilhadas.
Temporal destrói casas e deixa feridos em cidade do Paraná (Vídeo: reprodução/Youtube/Canal g1)
Especialistas alertam que o ciclone extratropical foi resultado da combinação de uma frente fria intensa com o ar quente e úmido vindo do Norte, um cenário que favorece a formação de tempestades severas. A previsão do tempo indica que novas áreas de instabilidade podem atingir o Sul do país nos próximos dias, mantendo o alerta para novos temporais.
As autoridades reforçam que a população deve evitar áreas alagadas, ficar longe de fios elétricos caídos e buscar abrigo seguro em caso de ventos fortes. O governo estadual afirmou que está preparando um plano emergencial de reconstrução, que inclui assistência financeira às famílias afetadas e reforço nas obras de infraestrutura.
O episódio reforça a necessidade de melhores sistemas de prevenção e resposta a desastres climáticos, já que fenômenos extremos vêm se tornando mais frequentes devido às mudanças no padrão climático global. O Paraná, por sua posição geográfica e relevo, é especialmente vulnerável a formações de tempestades com ventos intensos. A tragédia serve como alerta para que municípios invistam em políticas de resiliência urbana e planos de contingência mais eficazes.
