A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou, nesta terça-feira (18) nove réus pertencentes ao chamado Núcleo 3 da trama golpista. Segundo o processo, o grupo teria planejado ataques violentos, incluindo assassinatos de autoridades como o presidente eleito, seu vice e um ministro do próprio STF, além de ações para apoiar uma ruptura institucional após as eleições de 2022.
Os ministros acompanharam o voto do relator, Alexandre de Moraes, que classificou as provas como “contundentes” e apontou que os réus participaram ativamente da estrutura que pretendia criar condições militares e narrativas falsas para dar sustentação a um golpe de Estado. A acusação destacou trocas de mensagens, reuniões e monitoramento de autoridades civis como elementos que evidenciam a articulação do núcleo.
Militares e agente da PF estão entre condenados
Dois réus tiveram as acusações reclassificadas para crimes menos graves: o coronel Márcio Nunes de Resende Jr. responderá por incitação ao crime e associação criminosa, com pena de 3 anos e 5 meses em regime aberto; Ronald Ferreira de Araújo Jr., tenente-coronel, pegou 1 ano e 11 meses também em regime aberto.
Ministros votam para a condenação dos réus (Vídeo: reprodução/YouTube/
Por outro lado, o general de reserva Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira foi absolvido por falta de provas consideradas suficientes. A decisão chamou atenção por se tratar da primeira absolvição concedida por Moraes dentro dessa série de julgamentos relacionados à trama golpista, reforçando que cada caso está sendo analisado individualmente.
Mensagens e reuniões sustentam acusação da PGR
No voto, Moraes ressaltou que há evidências robustas das conversas entre os réus, com trocas de mensagens que demonstram clara articulação para deslegitimar o processo eleitoral, fabricar narrativas falsas sobre fraudes nas urnas eletrônicas e preparar operações militares para dar suporte a um golpe. Segundo ele, o plano contemplava até munição pesada, bombas e a identificação de possíveis alvos.
A análise desse grupo é apenas uma parte de um processo mais amplo, que envolve outros núcleos apontados como responsáveis por financiar, planejar e tentar viabilizar ataques contra a ordem constitucional brasileira.
