Deputado Sóstenes diz que denunciará Moraes em embaixadas após prisão de Bolsonaro

Ex-presidente teve prisão domiciliar convertida para o regime fechado após tentativa de violação de sua tornozeleira eletrônica, que configura risco de fuga

24 nov, 2025
Sóstenes Cavalcante, deputado e líder do PL na Câmara | Reprodução/Evaristo Sa/AFP/Getty Images Embed
Sóstenes Cavalcante, deputado e líder do PL na Câmara | Reprodução/Evaristo Sa/AFP/Getty Images Embed

Nesta segunda-feira (24), o deputado federal e líder do Partido Liberal (PL) na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante, anunciou que fará denuncias em embaixadas e organismos internacionais contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, por conta da prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro.

No último sábado (22), Bolsonaro, a pedido da Polícia Federal, teve a prisão domiciliar convertida para o regime fechado após o órgão entender que houve risco de fuga do ex-presidente, em razão de uma tentativa de violação da sua tornozeleira eletrônica.

Críticas a Moraes

Em entrevista concedida à CNN Brasil nesta segunda-feira, o deputado federal, Sóstenes Cavalcante, afirmou que tomará medidas para expor a “perseguição política e religiosa” do ministro Alexandre de Moraes ao ex-presidente Jair Bolsonaro. O parlamentar citou as Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização dos Estados Americanos (OEA) como órgãos que pretende levar sua mensagem de indignação contra a prisão do ex-presidente, solicitada pela Polícia Federal e decretada por Moraes, no último sábado.

Cavalcante aproveitou a entrevista para tecer críticas a Alexandre de Moraes. Para o líder do PL na Câmara dos Deputados, a democracia no Brasil está em xeque por conta dos desrespeitos constitucionais praticados pelo magistrado, que segundo o deputado, é um psicopata em alto grau.


Apoiadores de Bolsonaro se manifestam em frente à sede da Polícia Federal  (Foto: reprodução/Evaristo Sa/AFP/Getty Images Embed)


Prisão por violação

No último sábado, a Polícia Federal solicitou a prisão preventiva de Jair Bolsonaro. O ex-presidente estava em prisão domiciliar desde o último dia 4 de agosto após decreto do ministro Alexandre de Moraes. Naquela ocasião, o magistrado entendeu que o político violou medidas cautelares em meio à investigação da tentativa de golpe de Estado que estava em curso. Desde então, Bolsonaro ficou impossibilitado de deixar a sua residência, em Brasília, e passou a utilizar uma tornozeleira eletrônica.

Com o fim das investigações da trama golpista, Bolsonaro foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão em regime fechado por crimes contra o Estado democrático de direito. Entretanto, o ex-presidente ainda se mantinha em sua casa, à espera da análise dos recursos apresentados por sua defesa ao STF para começar a cumprir, ou não, a sua pena.

No último fim de semana, entretanto, Moraes recebeu um aviso do Centro de Integração de Monitoração Integrada do Distrito Federal que Bolsonaro, à 0h08 (horário de Brasília), havia tentado violar a tornozeleira eletrônica que estava portando. Uma vigília convocada pelo senador e filho do ex-presidente, Flávio Bolsonaro (PL-RJ), em frente à casa do ex-chefe de Estado seria uma estratégia para uma eventual fuga de Bolsonaro.

Mais notícias