Nesta segunda-feira (10/11), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou na abertura oficial da 30ª Conferência do Clima da ONU (COP30), em Belém (PA), sendo a primeira realizada na Amazônia.
O discurso do presidente é marcado pela valorização do feito de trazer a discussão sobre o clima e os recursos naturais, para o principal cenário mundial do tema, além de debater a importância dos líderes mundiais investirem em projetos para cooperarem com o clima, que é um bem comum, do que em guerras, dado os conflitos dos últimos anos e seus impactos.
”Proeza” em definir o local
Com um preparo de cerca de um ano para o evento, segundo Lula, fazer a COP no Brasil e ainda mais no Pará, é um desafio tão grande ”quanto acabar com a poluição do planeta terra” e que seria mais fácil levar o evento para uma cidade qeue não tivesse problema mas que ”a gente resolveu aceitar fazer a COP em um estado da Amazônia, para provar quando se tem disposição e compromisso com a verdade, a gente prova que não tem nada impossível, o impossível é não ter coragem para enfrentar desafios“, afirmou o presidente.
Lula também destacou que a mudança climática não é mais uma ameaça futura, e sim uma ”tragédia do presente”, citando o tornado que atingiu cidades do centro-sul do Paraná nesta sexta-feira (7).
“A COP30 será a COP da verdade. Na era da desinformação, os obscurantistas rejeitam não só as evidências da ciência, mas também os progressos do multilateralismo. Eles controlam algoritmos, semeiam o ódio e espalham o medo. Atacam as instituições, a ciência e as universidades. É momento de impor uma nova derrota aos negacionistas“, prosseguiu o presidente.
Ele também voltou a criticar o investimento feito em guerras, em comparação aos de iniciativas de combate às mudanças climáticas.
”Se os homens que fazem guerra estivessem aqui nesta COP, eles iriam perceber que é muito mais barato colocar US$ 1,3 trilhão para acabar com o problema climático do que colocar US$ 2,7 trilhões para fazer guerra como fizeram no ano passado”, mencionou.
EUA ausente
É inegável que a ausência mais sentida seja a dos Estados Unidos, que não enviou nenhum representante de alto nível para o evento. Já era aguardado que o presidente norte-americano Donald Trump, não fosse comparecer na cúpula de líderes, que ocorreu no dia 6 e 7 de novembro, porém ainda existia a expectativa de que o país pudesse enviar alguma delegação para as negociações técnicas, que se iniciaram nesta segunda-feira.
Os Estados Unidos ocupam o segundo lugar em emissão de gases do efeito estufa.
Mais sobre a COP30
O evento será realizado até o dia 21 de novembro. Serão duas semanas decisivas para a ação global contra as alterações climáticas.
Cerca de 50 mil pessoas, entre diplomatas, líderes, atividades, cientistas e empresário, participam do encontro. A Cúpula de Líderes já havia indicado o tom político das negociações, como o aceleramento da transição energética, o ampliamento do financiamento climático e a proteção das florestas tropicais.
Agora, o foco se volta para as mesas de negociação, onde tais compromissos terão de sair do discurso e se transformarem em planos concretos, com metas, prazos e recursos definidos.
