Primeira pessoa é presa por violar proibição do aborto no Texas

Uma parteira se tornou a primeira pessoa presa de acordo com as leis antiaborto do Texas, que pode render uma sentença de até 20 anos de prisão

18 mar, 2025

María Margarita Rojas, de 48 anos, é acusada de exercer a prática ilegal de aborto em uma rede de clínicas que atendia o norte de Houston e áreas vizinhas. Ela também enfrenta acusações de exercer a medicina sem licença, o que pode resultar em até 20 anos de prisão. 

A acusação também inclui a alegação de que as clínicas empregavam pessoas não licenciadas que se faziam passar por profissionais médicos para realizar tratamentos, e a prática do aborto no Texas é altamente restrita, sendo permitida apenas quando há risco para a vida da mãe, mas ativistas denunciam que a falta de clareza nas exceções tem levado médicos a evitar atender esses casos por medo de serem processados.

Clínicas ilegais 

Margarita era uma parteira que se fazia chamar por Dra: María foi detida no condado de Waller e acusada da prática ilegal de um aborto e  exercer a medicina sem licença, ambos crimes grave de segundo grau . No Texas, o aborto só é permitido em caso de risco de vida para a mãe. No entanto, segundo denúncias de ativistas, a falta de clareza nas exceções faz com que os médicos evitem atender esses casos para não serem processados, levando ao limite o risco.

A Procuradoria do Texas comandou o fechamento da rede de clínicas, pois, segundo a acusação, foram empregadas pessoas sem licenças, que se passaram por profissionais da área de medicina, para oferecer tratamento médico. Essas violações são referentes à de Proteção da Vida Humana do Texas, que entrou em vigor em 2022.


Grupos anti-aborto em manifestação no Texas (Foto: reprodução/Reprodução/gettyimagesembead)


A lei dá a qualquer indivíduo o direito de processar juridicamente médicos que realizarem abortos após o limiar das seis semanas. A decisão da Suprema Corte, na verdade, derruba a garantia de que uma mulher poderá abortar em qualquer lugar no país e confere liberdade aos Estados para fazerem suas leis.

A favor da vida

O aborto é ilegal no Texas em quase todas as circunstâncias, com exceção de emergências médicas que ameacem a vida da mãe. No entanto, segundo denúncias de ativistas, a falta de clareza nas exceções faz com que os médicos evitem atender esses casos para não serem processados, levando o risco ao limite. Ken Paxton relata ainda que no Texas a vida é sagrada e sempre fará tudo o possível para proteger os não nascidos. Contudo, defende as leis pró-vida, cujo objetivo defender a vida humana do seu estado e trabalha para garantir que quem colocar em risco a vida das mulheres ao realizar abortos ilegais sejam processados plenamente.

No entanto, em clínicas não confiáveis e sem ajuda médica, a vida delas corre perigo. Por se tratar de uma prática ilegal não há dados corretos, isso ocorre porque muitas das que fazem a interrupção por conta própria sofrem consequências e a estimativa é de que muitas mulheres por ano chegam ao hospital com complicações após tentar abortar e vários casos chegam até a morte.


 Mudanças práticas com decisão nos EUA sobre o aborto (Vídeo: reprodução/Youtube/@bbcNewsBrasil)


A Suprema Corte dos Estados Unidos, que agora tem maioria conservadora absoluta após indicações do presidente Donald Trump, decidiu que o aborto não é um direito constitucional. Ou seja, pela primeira vez o aborto será ilegal em partes do país.

Foto destaque: Presidente assina decreto ativistas anti-aborto (Reprodução/ Ron Sanchs/@Elpaís)

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