Moda

Fundador da Patagonia doa a marca em prol de causas ambientais

Yvon Chouinard, fundador e dono da Patagonia, anunciou a doação da marca para causa ambiental. Todos os lucros da empresa serão transferidos para um fundo e uma organização sem fins lucrativos, ambos engajados na luta climática.

16 Set 2022 - 15h26 | Atualizado em 16 Set 2022 - 15h26
Fundador da Patagonia doa a marca em prol de causas ambientais Lorena Bueri

Após quase 50 anos à frente da Patagonia, Yvon Chouinard decidiu doar sua empresa em prol da conservação ambiental. Através de uma carta aberta, o ex-alpinista anunciou que, a partir de agora, todos os lucros anuais da etiqueta de roupas de aventura vão para um fundo especialmente projetado e uma organização sem fins lucrativos, ambos engajados na luta contra as mudanças climáticas e na proteção de terras inexploradas em todo o planeta. 

“Esperamos que isto influencie uma nova forma de capitalismo cujo resultado final não seja criar alguns poucos ricos e um monte de pobres”, disse Yvon Chouinard em entrevista ao The New York Times. “Vamos dar o máximo de dinheiro às pessoas que estão trabalhando ativamente para salvar o planeta”, completou. Famosa em seu segmento, a Patagonia é favorita entre os fãs do activewear e, atualmente, é avaliada em US$ 3 bilhões, com lucros estimados em US$ 100 milhões por ano. 

Em agosto deste ano, Chouinard, sua esposa e os dois filhos adultos do casal transferiram irrevogavelmente todas as ações com direito a voto da empresa, o equivalente a 2% do total das ações em circulação, para a Patagonia Purpose Trust. Supervisionada por membros da família e conselheiros, a entidade recém-estabelecida tem o objetivo de garantir que o negócio seja administrado de forma socialmente responsável e também a doação de seus lucros.

Logo em seguida, os 98% restantes da marca foram doados para a Holdfast Collective, organização sem fins lucrativos, que passará a receber todos os lucros da Patagonia. O foco da distribuição desse dinheiro estará em soluções climáticas baseadas na natureza, como a conservação de terras selvagens. A Holdfast Collective ainda poderá estender o histórico da empresa para financiar ativistas de base. 


Yvon Chouinard em institucional (Foto: Reprodução/ Patagonia)


Sediada em Ventura, na Califórnia, a Patagonia permanecerá operando como uma companhia privada com fins lucrativos e vendas anuais de mais de US$ 1 bilhão em calças de esqui, chapéus e jaquetas. Fundada em 1973, a etiqueta foi uma das primeiras empresas a se posicionar a favor da preservação do meio ambiente e, desde 1985, destinava 1% de sua receita para projetos ambientais. 

No que diz respeito à moda, a Patagonia nunca ditou grandes tendências. Ainda que, nos últimos anos, algumas de suas peças tenham entrado em ondas de consumo, como o casaco gorpcore, tendência no street style, essa nunca foi a intenção da marca. Sempre foi o contrário, a ideia é oferecer peças básicas, funcionais e duráveis. 

Contudo, quando assunto é responsabilidade a história é outra. A etiqueta esteve entre as primeiras empresas a propor novas soluções para a indústria têxtil, como a criação de peças em algodão orgânico e cânhamo e peças upcycling. Na Black Friday de 2012, a marca publicou um anúncio no The New York Times com a assinatura “não compre esta jaqueta”, desencorajando a compra de suas peças de roupa.

“Não compre o que você não precisa. Pense duas vezes antes de comprar qualquer coisa”, pedia o texto da campanha, que teve grande repercussão e acabou sendo motivo de um sucesso de vendas. 


Anúncio da Patagonia no The New York Times (Foto: Reprodução/ Patagonia)


Em 2016, a marca mais uma vez usou a Black Friday para chamar a atenção do público em prol do planeta. Naquele ano, as vendas realizadas no e-commerce e nas lojas físicas ao redor do mundo arrecadaram US$ 10 milhões. O valor foi convertido em doações para comunidades e grupos ativistas ambientais. 

Já em 2017, a Patagonia deu mais um passo à frente ao inaugurar a Worn Wear, plataforma 100% destinada à revenda de peças de roupa e acessórios usados. De acordo com a loja online, todos os itens são limpos e, se necessário, passam por pequenos reparos. Os clientes podem levar artigos usados para pontos de coleta da etiqueta e, em troca, recebem créditos que permitem a compra de peças novas ou usadas. 

Mais politicamente ativa nos últimos anos, a empresa faz campanhas pelo voto consciente e chegou a processar o governo Trump na tentativa de preservar o Monumento Nacional Bear Ears, em Utah. 

 

Foto destaque: Engajamento ambiental é marca da Patagonia. Reprodução/ Patagonia

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