Moda

Chanel processa brechó de luxo por produtos falsificados

O caso entre a Chanel e o brechó “What Goes Around Comes Around” (WGACA) chega ao tribunal, marcando um embate sobre autenticidade no mercado de segunda mão

17 Jan 2024 - 15h12 | Atualizado em 17 Jan 2024 - 15h12
Chanel processa brechó de luxo por produtos falsificados Lorena Bueri

O embate legal entre a Chanel e o brechó norte-americano WGACA, iniciado em 2018, alcança uma nova fase com o início do julgamento em Nova York. A Chanel alega que a empresa revende produtos falsificados e sugere associação não autorizada com a marca de luxo. Esse confronto pode moldar o futuro do mercado de segunda mão, que projeta dobrar para US$ 350 bilhões até 2027.

A disputa judicial

O processo teve início em 2018, quando a Chanel acusou o WGACA de divulgar publicidade enganosa, insinuando uma ligação comercial e autenticação indevida de produtos usados. Segundo a equipe legal da maison, o brechó comercializou uma quantia de US$ 90 milhões em artigos pré-utilizados da Chanel no período de 2016 a 2022. Contudo, a grife francesa destaca que o WGACA disponibiliza bolsas falsificadas vinculadas a números de série previamente invalidados pela Chanel. 

Dentre as imputações, incluem-se também a venda de bolsas fraudulentas com características que não condizem com as legítimas e que possuem números de série autênticos, além da promoção de itens da Chanel que não foram concebidos para comercialização, destinando-se apenas à exposição. Agora, o tribunal federal de Nova York é palco do julgamento que aborda a venda de produtos supostamente falsificados.

O brechó 

Inaugurado em 1993 por Seth Weisser e Gerard Maione, o What Goes Around Comes Around teve sua origem nos Estados Unidos. A loja de segunda mão possui estabelecimentos em Nova York e uma unidade de varejo localizada em Beverly Hills, Los Angeles, além de operações de comércio eletrônico. Em seu catálogo, a empresa compromete-se a oferecer peças de marcas ilustres, tais como Hermès, Louis Vuitton, Gucci, Dior, Fendi, Saint Laurent e, claro, a Chanel.


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What Goes Around Comes Around (Foto: reprodução/Vogue)


Implicações para o mercado de segunda mão

O veredito deste caso pode remodelar o próspero mercado de segunda mão, estimado em atingir US$ 350 bilhões até 2027. Com mais de 50% dos consumidores entre 15 e 24 anos admitindo comprar réplicas intencionalmente, a decisão terá repercussões significativas para revendedores e consumidores.

O brechó WGACA se defendeu, refutando as acusações e destacando seu papel como fornecedor de marcas de luxo sem pretensões de afiliação direta. A Chanel, por sua vez, reforça seu compromisso em proteger a marca e consumidores contra falsificações prejudiciais.

A decisão deste embate legal poderá desencadear mudanças nas práticas do mercado de segunda mão, instigando uma análise minuciosa dos produtos vendidos e das estratégias de marketing adotadas pelos revendedores de luxo. 

 

Foto destaque: modelo de bolsa Chanel (Reprodução/Bloomberg)

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