A turnê “It’s a nice day to….tour again!” do cantor, compositor, músico e ator inglês Billy Idol, estrondoso sucesso dos anos de 1980, teve uma única apresentação sábado (08/11), na cidade de São Paulo. Pela terceira vez no país (com passagens em 1991, na 2ª edição do Rock in Rio, e a mais recente na 9ª edição, em 2022), Billy, com seu estilo new wave, celebrou décadas de personalidade marcante e hits clássicos, como a enigmática “Eyes Without A Face” (1983), cujo videoclipe ficou muito conhecido pelas performances de Billy, com inúmeras caras e bocas, além de “Dancing With Myself” (1982), que mescla rock com uma pegada de música eletrônica.
Clássicos, atitude e nostalgia
Supla abriu os trabalhos, demonstrando ser um legado de Billy no que diz respeito ao estilo punk rock. “Papito” trouxe, também, alguns clássicos do rock, como “She Loves You”, dos Beatles e “Let’s Dance”, de David Bowie.
Em meio à nostalgia inerente à cena do punk rock dos anos de 1980, chega Billy! O palco estava cheio de luzes intensas, as quais, aliadas ao som das guitarras afiadas de Steve Stevens, fizeram São Paulo voltar ao tempo por algumas horas, relembrando o clima rebelde da geração que cresceu ouvindo rádio e assistindo à sensação do momento: os videoclipes.
A setlist foi uma verdadeira preciosidade; entre sucesso, destacaram-se “Still Dancing”; “Cradle of Love”; “Flesh”; “77”, de seu álbum mais recente “Dream Into It” (2025), em parceria com a cantora Avril Lavigne; a enigmática “Eyes Without a Face”, arrancando suspiros românticos da plateia com o refrão em francês “Les Yeux sans Visage“; “Hot in the City” e “Dancing With Myself” (1982), lançada originalmente pela banda Generation X, da qual Idol era integrante, a música mescla rock com uma pegada de música eletrônica, e foi inspirada em cenas de discotecas de Tóquio, onde Billy e o baixista do Generation Tony James viram jovens dançando sozinhos em frente a espelhos; abordando temas como solidão e desconexão social, mostrando que é possível encontrar liberdade e diversão na própria companhia.
Billy Idol na passagem por São Paulo, pela turnê “It’s a nice day to….tour again!” (Vídeo: reprodução/Instagram/@papocomgiuli)
Aos 69 anos, Idol mostrou que ainda não perdeu o pique! Com uma energia ímpar, mantida durante todo o show, a mesma que moldou sua carreira ao longo dos últimos 55 anos, interagiu com os fãs, com carisma e simpatia, fazendo questão de demonstrar a alegria e a vontade de cantar e performar para o seu público!
O rock dos anos 80 ainda vive — e forte
Uma pergunta fica: por que o rock dos anos 80 segue tão forte até hoje? A resposta parece ter surgido, clara, no decorrer do show do ícone britânico: porque ele tem personalidade! A estética exagerada, os refrões grandiosos, e a mistura de rebeldia com romantismo criaram um estilo que nunca desapareceu totalmente — apenas se transformou.
Billy Idol no show em São Paulo, dia 08/11 (Foto: reprodução/Stephan Solon/Divulgação)
Em razão disso, muitos jovens estão voltando a esse gênero, em busca de autenticidade, identidade visual e musical. Artistas novos sampleiam músicas do período e as bandas clássicas voltam aos palcos, com plateias cada vez mais diversas, demonstrando que o rock dos anos 80 continua ocupando seu espaço, não como algo antigo, mas como algo eterno.
