F1: Ferrari ‘copia’ peças de Mercedes e Mclaren para 2026

Focada no carro de 2026, Ferrari aposta em conceito introduzido por ambas as equipes. Pesquisa envolve até busca por materiais mais leves

18 nov, 2025
Ferrari busca não repetir desempeho de 2025 | Reprodução/Instagram/@scuderiaferrari
Ferrari busca não repetir desempeho de 2025 | Reprodução/Instagram/@scuderiaferrari

Tentando deixar para trás a temporada apagada de 2025, a Ferrari já concentra totalmente seus esforços no carro do próximo ano, que inaugura o novo regulamento de motores da Fórmula 1. Para este novo capítulo, a equipe italiana decidiu adotar soluções inspiradas nos conceitos aplicados por McLaren e Mercedes em 2025.

O projeto 678, que guiará a escuderia em 2026, é descrito internamente como um verdadeiro quebra-cabeça. Algumas peças e formatos já haviam sido vistos nos carros prateados e papaias das últimas temporadas, e agora retornam ao DNA de Maranello.


Ferrari está atrás da Mercedes no Mundial de Construtores (Foto: reprodução/Andy Hone/Getty Images Embed)


Volta ao sistema push-rod

A principal mudança é o retorno ao sistema de suspensão push-rod, abandonando o pull-rod que foi adotado para a temporada 2025. A escolha pelo pull-rod acabou sendo um dos fatores que comprometeram profundamente o desempenho do carro, afetando o controle e desagradando Charles Leclerc e Lewis Hamilton.

Embora ajustes tenham sido feitos ao longo do ano, a equipe não pôde realizar mudanças estruturais devido ao limite orçamentário. Ciente da necessidade de uma reformulação, a Ferrari retomará o modelo push-rod já em 2026.

Tecnicamente, o pull-rod utiliza uma barra montada em ângulo diagonal que liga um ponto baixo do chassi a um ponto alto na roda. No push-rod, ocorre o inverso: ao passar por irregularidades, a roda empurra a barra em direção ao chassi, tensionando o conjunto. A mudança pode melhorar significativamente o centro de gravidade, uma das maiores reclamações dos pilotos neste ano.

Direção redesenhada e inspiração na McLaren

Outra mudança prevista, segundo o portal Motorsport Italia, é o deslocamento do eixo de direção para trás do triângulo inferior, a mesma solução introduzida pela McLaren em 2023 e que, com o tempo, se tornou um dos pilares da evolução meteórica da equipe britânica até o topo da F1 em 2025. A Mercedes seguiu o mesmo caminho ao projetar o W16.

Essa realocação exige um nível de complexidade muito maior na instalação, mas, em compensação, abre espaço para uma gama mais ampla de atualizações aerodinâmicas, exatamente o que permitiu a rápida escalada da McLaren na temporada atual.


 Mudança no eixo de direção resultou no domínio da Mclaren em 2025 (Foto: reprodução/Rudy Carezzevoli/Getty Images Embed)


Caixa de câmbio e desafios de peso

A Ferrari também precisará modificar a construção da caixa de câmbio, consequência direta da nova suspensão. O desafio é desenvolver o componente sem ultrapassar o peso mínimo de 768 kg estipulado para 2026. A equipe busca materiais mais leves e eficientes para compensar o impacto dessas alterações.

Vale lembrar que o regulamento reduzirá o peso mínimo dos carros em 30 kg, enquanto as novas unidades de potência adicionam outros 30 kg ao conjunto. O resultado é uma equação complexa: as equipes precisam “perder” 60 kg no total para cumprir o limite final.

Atualmente, o novo carro da Ferrari está em fase de testes estáticos em ambiente fechado, etapa que antecede o teste de colisão frontal, a ser realizado em um centro homologado pela FIA. A escuderia espera concluir todas as verificações ainda antes do início dos testes de pré-temporada. A Fórmula 1 retorna neste fim de semana, de 20 a 23 de novembro, com o GP de Las Vegas, 22ª etapa da temporada 2025.

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