STJD retoma julgamento de Bruno Henrique e define futuro do atacante
Sessão decisiva no STJD pode absolver, punir ou ampliar a suspensão do atacante do Flamengo, que segue atuando amparado por efeito suspensivo
O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) retoma nesta quinta-feira (13) o julgamento do recurso de Bruno Henrique, atacante do Flamengo, acusado de conduta antidesportiva por supostamente ter forçado um cartão amarelo em partida contra o Santos, em 2023. O jogador havia sido suspenso por 12 jogos em primeira instância, mas segue atuando graças a um efeito suspensivo concedido após o recurso.
Na sessão de segunda-feira, o relator do caso votou pela absolvição do atleta, mas o julgamento foi interrompido quando um dos auditores pediu vista do processo. Agora, os votos restantes serão conhecidos, definindo o futuro do atacante rubro-negro. O resultado pode impactar diretamente o Flamengo nas rodadas finais do Brasileirão, em que o clube disputa ponto a ponto com o Palmeiras pelo título.
O clube carioca demonstra confiança em uma decisão favorável. A defesa argumenta que não houve má-fé nem intenção de manipular resultados, enquanto a Procuradoria tenta ampliar a punição, alegando que houve benefício pessoal e dano à imagem do Flamengo no mercado esportivo.
Quatro cenários possíveis e impacto esportivo
A expectativa em torno da decisão do STJD é alta, e quatro desfechos são possíveis: absolvição, redução da pena, manutenção da suspensão de 12 jogos ou aumento da punição. Caso seja mantido ou ampliado o gancho, Bruno Henrique pode desfalcar o Flamengo em um momento crucial da temporada, restam seis partidas para o fim do Campeonato Brasileiro, além da final da Libertadores, marcada para o dia 29 de novembro, contra o Palmeiras.
Bruno Henrique em jogo pelo Flamengo (Foto: Reprodução/Getty Images Embed/Talita Gouveia)
Embora a punição deva, a princípio, ser cumprida apenas no torneio em que ocorreu a infração, existe a possibilidade de a CBF acionar a Fifa, o que faria com que a suspensão fosse válida também em competições internacionais. Isso colocaria o Flamengo em uma situação delicada às vésperas de sua principal decisão no ano.
Internamente, o clube mantém o discurso de apoio ao atleta e confia no efeito suspensivo até o trânsito em julgado. A diretoria considera que a pena inicial foi desproporcional, já que a conduta não afetou diretamente o resultado da partida.
As acusações e o histórico da investigação
O caso teve início após investigações da Polícia Federal, que indiciou Bruno Henrique por fraude esportiva, conforme o artigo 200 da Lei Geral do Esporte. O atacante teria informado ao irmão, Wander Nunes Pinto Júnior, que tomaria um cartão amarelo no jogo contra o Santos. A partir dessa informação, foram realizadas apostas em plataformas de “bets”, o que levantou suspeitas devido ao volume financeiro movimentado.
Além de Bruno Henrique e Wander, a investigação envolveu familiares e amigos do jogador. Segundo o Ministério Público do Distrito Federal, todos participaram de um esquema que teria gerado lucro irregular. Apesar de o atleta negar envolvimento direto com apostas, a Procuradoria entende que houve violação à ética esportiva.
Na esfera esportiva, o julgamento em primeira instância absolveu o atacante do artigo que tratava de manipulação de resultados, mas o condenou por agir de forma contrária à ética desportiva. O relator do novo julgamento, no entanto, defendeu a absolvição completa, alegando falta de provas de que o jogador tenha buscado qualquer vantagem ilícita. O veredito final, esperado para esta tarde, definirá se Bruno Henrique poderá continuar em campo ou se ficará fora de parte decisiva da temporada rubro-negra.
