The Athletic analisa John, do Botafogo, e aponta interesse do Manchester United

Jornal inglês ressalta precisão nos lançamentos, força no jogo aéreo e desempenho acima da média em defesas decisivas

09 jul, 2025
John Victor em jogo do Botafogo | Reprodução/Instagram/@johnvictor
John Victor em jogo do Botafogo | Reprodução/Instagram/@johnvictor

Desde que assumiu a meta do Botafogo em 2024, o goleiro John tem chamado atenção pelo alto nível de regularidade e desempenho técnico. As atuações sólidas, principalmente na Copa do Mundo de Clubes, não passaram despercebidas no exterior, especialmente na Inglaterra. O jornal The Athletic, referência no jornalismo esportivo internacional, publicou uma análise aprofundada sobre o camisa 1 alvinegro, que estaria sendo monitorado pelo Manchester United. O texto destaca não apenas os números expressivos, mas também os recursos técnicos e o estilo de jogo que aproximam John do padrão exigido no futebol europeu.

Qualidade nos passes e construção de jogadas

O jornal inglês The Athletic destaca a capacidade de John em iniciar jogadas ofensivas com lançamentos longos e precisos, lembrando o estilo de Ederson no Manchester City. O goleiro alvinegro consegue atingir os extremos do campo com facilidade, o que desafia a interceptação dos adversários. Ele costuma lançar a bola com força e direção, seja abrindo espaço para os pontas ou explorando a defesa rival.

Em 2024, sua taxa de acerto em passes longos atingiu 53,4%, um crescimento em relação aos 50,4% da temporada anterior. Já a precisão geral dos passes chegou a 80,8%. Para efeito de comparação, André Onana, atual titular do United, teve 36,6% de acerto nos lançamentos longos e 72,6% na precisão total na Premier League passada, segundo dados citados pelo The Athletic.

Segurança pelo alto e presença física

A publicação destaca a estatura de 1,96 m do goleiro como um diferencial importante para o domínio das jogadas aéreas. Embora se posicione de forma mais recuada, John age com agressividade ao atacar bolas alçadas, afastando o perigo e protegendo bem sua área.

Sua atuação no Mundial de Clubes contra o Atlético de Madrid, mesmo com a derrota por 1 a 0, foi destacada ao neutralizar uma série de jogadas perigosas, mostrando leitura de jogo, tempo de bola e coragem para se impor mesmo em meio a trocação intensa dentro da área. Sua capacidade de tomar decisões rápidas em situações de pressão reforça o domínio que exerce sobre o próprio espaço e o diferencia como um goleiro de alto nível.


Defesas de John no Mundial de Clubes contra o Seattle Sounders (Vídeo: reprodução/instagram/@botafogo)

Reflexos rápidos e estatísticas de elite

Um dos pontos que mais impressionaram na análise do The Athletic foi o desempenho de John debaixo das traves. Muito além da altura e da presença física, o goleiro do Botafogo tem se destacado pela agilidade, velocidade de reação e leitura de finalizações, características fundamentais para um arqueiro de alto nível. Sua capacidade de antecipar os movimentos dos atacantes e responder com precisão em situações de risco tem garantido ao time carioca importantes intervenções em momentos decisivos das partidas.

A eficiência do goleiro também é refletida em números. Em 2024, John acumulou um diferencial de 8,0 na estatística xGOT (expected goals on target), métrica que calcula a qualidade dos chutes que chegam ao gol. Esse índice revela que ele evitou oito gols que, em média, teriam sido sofridos por um goleiro comum, considerando os tipos de finalizações que enfrentou. Em outras palavras, suas defesas não são apenas vistosas, mas estatisticamente superiores à média.

Esse desempenho reforça a percepção de que John não apenas cumpre sua função, mas supera as expectativas com frequência, algo essencial para clubes de elite que buscam goleiros capazes de decidir partidas. Aliando reflexos apurados, posicionamento inteligente e frieza nos momentos cruciais, ele vem consolidando seu nome como um dos principais da posição no cenário nacional.

Experiência internacional ainda é um desafio

Embora compartilhe a mesma idade de André Onana, ambos com 29 anos, o percurso profissional de John é bem distinto do goleiro camaronês. Enquanto Onana acumula uma longa trajetória em clubes europeus de ponta, com mais de 400 jogos disputados desde sua estreia pelo Ajax em 2016, John ainda está em processo de consolidação e soma menos de 150 partidas na categoria principal, atuando majoritariamente no futebol brasileiro.

Essa diferença de rodagem em ambientes altamente competitivos, como Champions League e grandes ligas europeias, é algo que potenciais interessados como o Manchester United precisam considerar. O fato de John não ter sido exposto com frequência aos padrões táticos, técnicos e físicos do futebol europeu levanta questionamentos sobre sua adaptação em um primeiro momento.

Enquanto aguarda os próximos passos, o camisa 1 segue como figura central no Botafogo, acumulando atuações seguras, contribuindo diretamente para o desempenho da equipe e, cada vez mais, despertando o interesse de grandes clubes do exterior.

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