Seleção australiana grava vídeo em protesto contra a Copa do Mundo em Catar
Mais uma polêmica envolvendo a Copa do Catar invadiu a internet nesta semana. Confira a mensagem de protesto elaborada coletivamente pelos jogadores australianos.

Nesta quarta-feira (26/10), o perfil oficial da Seleção Australiana de Futebol divulgou um vídeo com uma mensagem de protesto contra a histórica violação de direitos humanos ocorrida no Catar, país sede da Copa do Mundo 2022. Durante três minutos, 16 jogadores compartilharam uma mensagem coletiva sobre o assunto, muitos já haviam se posicionado individualmente.
A message from the Socceroos. pic.twitter.com/Sd2R6ej8kK
— Socceroos (@Socceroos) October 26, 2022
O vídeo também foi publicado no perfil oficial da PFA, o sindicato de jogadores profissionais australianos e a Associação Australiana de Futebol divulgou uma carta no mesmo tom. As principais pautas levantadas pelos jogadores foram o sofrimento de trabalhadores migrantes no Catar e com o tratamento do país à comunidade LGBTQIA+
“Existem valores universais que devem definir valores do futebol como respeito, dignidade, confiança e coragem. Quando representamos nossa nação, aspiramos incorporar esses valores”, lembram os jogadores.
Estão presentes no vídeo os jogadores Ryan, Irvine, Bailey Wright, Jamie Maclaren, Nick D”/Agostino, Craig Goodwin, Danny Vukovic, Andrew Redmayne, Mathew Leckie, Mitchell Duke, Mitch Langerak, Denis Genreau, Cameron Devlin, Adam Taggart , Kye Rowles e o presidente da PFA (sindicato dos jogadores), Alex Wilkinson.
Vale ressaltar que eles não deixaram de fora as melhorias realizadas no país nos últimos anos. Eles destacam o desmantelamento do sistema kafala (que permitia aos empregadores retirar os passaportes dos trabalhadores e impedi-los de deixar o país). Mas isso ainda não é o suficiente. Para tal, os jogadores solicitaram um fundo de recursos para auxiliar os trabalhadores migrantes
“Esses trabalhadores migrantes que sofreram não são apenas números. Como os migrantes que moldaram nosso país e nosso futebol, eles possuem a mesma coragem e determinação para construir uma vida melhor”, disseram.
Trabalhadores do Catar ficam até cinco meses sem folga (Foto: Warren Little / Getty Images)
Em relação à questão LGBTQI+, o comunicado pede a “descriminalização de todas as relações entre pessoas do mesmo sexo”.
“Estes são os direitos básicos que devem ser concedidos a todos e garantirão o progresso contínuo no Catar. É assim que podemos garantir um legado que vai muito além do apito final da Copa do Mundo de 2022”, pontuou um jogador.
Esta não é a primeira equipe a denunciar as más condições de trabalho no Catar. A Dinamarca informou que irá utilizar um uniforme totalmente preto para homenagear os trabalhadores que morreram durante a construção de estádios e infraestrutura.
Dinamarca carregará a cor do luto (Foto: Goran Stanzl Pixsell / MB Media / Getty Images)
Além disso, outras nove seleções devem usar braçadeiras “One Love”, com as cores do arco-íris, um símbolo de luta contra qualquer discriminação. Entre os participantes do movimento estão Harry Kane, da Inglaterra, Hugo Lloris, da França e Manuel Neuer, da Alemanha.
Neuer com braçadeira de capitão nas cores do arco-íris (Foto: AFP)
Foto destaque: Austrália divulga vídeo de protesto sobre Copa no Catar (Foto: Reprodução / Socceroos)