Muitas mulheres têm talento, criatividade e muito potencial, mas não conseguem crescer no meio onde estão inseridas por duvidarem da própria capacidade. Isso é muito característico da Síndrome do Impostor, termo que caracteriza a dificuldade em reconhecer as próprias aptidões e a sensação de que, ao se expor, logo as outras pessoas perceberão que você não é competente ou experiente o bastante.
De acordo com uma pesquisa realizada pela Dominican University, na Califórnia, aproximadamente 70% das pessoas se sentem uma fraude no ambiente de trabalho em algum momento de suas vidas. Mesmo as mais bem-sucedidas podem sofrer essa distorção, como é o caso da ultrapremiada atriz Meryl Streep. Em uma de suas entrevistas ela confessou: “Fico pensando: por que alguém vai querer me ver de novo em um filme? Além disso, não sei atuar, então por que continuo fazendo isso? ”.
Mesmo com a ascensão no mercado de trabalho e as conquistas - ainda lentas - pela igualdade de direitos, as mulheres são as principais vítimas da Síndrome do Impostor. Conversamos com Camila Renaux, renomada profissional de Marketing, sobre esse tema.
“Não é à toa que nós mulheres sofremos mais com a Síndrome do Impostor. A representatividade feminina nos negócios, especialmente em âmbitos de poder, é muito recente. E a ambição por vezes ainda vista como agressividade”
Segundo Camila, ainda existem conceitos ultrapassados que fazem com que as mulheres tenham seus talentos e eficiência postos à prova em diversas situações profissionais e isso faz com que aos poucos algumas mulheres internalizem essas dúvidas.
Camila Renaux foi eleita duas vezes como a melhor profissional de Marketing Digital do Brasil. É Especialista em Marketing Estratégico, Marketing Digital e Inteligência Artificial pelo MIT nos Estados Unidos e embaixadora de Philip Kotler no Brasil, considerado o Pai do Marketing. Já prestou consultorias para grandes empresas como Microsoft, Philips e Cadence, além de ofertar cursos e treinamentos presenciais e online, que já somam milhares de alunos distribuídos pelos cinco continentes.
Mesmo com esse currículo, Camila conta que a iniciativa de criar um canal no Youtube veio acompanhada por muitos desafios. “Eu tinha muito receio de fazer vídeos, de me conectar com meu público, porque tinha vergonha ou não me achava capacitada para isso” - conta.
Depois de um começo desconfortável, ela desistiu de publicar vídeos por quatro anos, paralisada pelo medo e pela vergonha de aparecer. A retomada veio com a decisão de superar esses desafios, delegar o que considerava necessário e aprender com a prática a naturalizar o desconforto inicial.
“Quando dei o passo inicial percebi que esse medo não poderia existir na minha vida. E hoje ajudo meus alunos, principalmente mulheres fortes, a não temerem o desconhecido. Com objetivos e metas alcançáveis é possível ter resultados e também aprender a curtir a jornada”
Em sua especialização no MIT Camila também conheceu outro conceito que a ajudou a entender a Síndrome do Impostor e como superá-la: o Efeito Dunning-Kruger, que hoje inclusive aborda em seus cursos e palestras.
Batizado em homenagem a seus dois criadores, os professores de psicologia americanos David Dunning e Justin Kruger, o efeito Dunning-Kruger consiste na tendência de pessoas com baixo nível de habilidade e conhecimento superestimarem suas capacidades, enquanto pessoas com alto conhecimento e desempenho tendem a questionar suas próprias competências.
Camila conta que o efeito surgiu a partir de um estudo realizado por seus criadores que consistia em responder algumas perguntas de lógica e gramática. Antes de apresentar os resultados, os pesquisadores pediram que as pessoas avaliassem suas performances comparadas aos outros participantes. Enquanto quase todos que estavam no grupo dos piores resultados se autoavaliaram como os melhores, os que estavam no topo do ranking não imaginavam que lá estariam.
“É necessário ter um certo conhecimento para saber o quanto ainda precisamos aprender sobre determinado assunto. Portanto, duvidar da sua competência pode justamente ser um sinal de que você é sim competente”
O efeito Dunning-Kruger não é uma condição permanente, assim como a Síndrome do Impostor. Camila acredita que se libertar do perfeccionismo e entender os erros como parte do processo de aprendizado é essencial para superar esses desafios.
“Minha retomada ao canal foi um compromisso que estabeleci comigo mesma de não parar e aprender na prática a tornar o processo da gravação dos vídeos mais leve, prazeroso e inteligente”
Hoje seu canal já soma mais de 100 mil inscritos no YouTube e tem como missão apoiar outros empreendedores, marcas e profissionais para que conquistem resultados através do Marketing Digital. A visibilidade constante e as doses generosas de informação também abriram portas para clientes renomados, além de ser palestrante dos maiores eventos de Marketing e Vendas da América Latina, o RD Summit.
E você, sofre da Síndrome do Impostor? Acompanhe todo o conteúdo que Camila Renaux publica diariamente no Instagram (www.instagram.com/camilarenaux) e inscreva-se no canal do YouTube (https://www.youtube.com/@CamilaRenaux) que possui vídeos semanais. Como ela mesmo reforça, assistir a seus vídeos é “grátis, sem glúten e faz super bem”.
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