Doença de Lyme: entenda a doença que atinge Timberlake e outras celebridades

Justin Timberlake e outras celebridades convivem com a Doença de Lyme; infecção por carrapato pode causar sintomas graves e exige atenção médica

01 ago, 2025
Justin Timberlake, Justin Bieber e Avril Lavigne | Foto: Reprodução/ 		Lyvans Boolaky/DUTCH/Bauer-Griffin /Sophie Aultman/Getty Images Embed
Justin Timberlake, Justin Bieber e Avril Lavigne | Foto: Reprodução/ Lyvans Boolaky/DUTCH/Bauer-Griffin /Sophie Aultman/Getty Images Embed

A Doença de Lyme é uma condição que vem ganhando atenção nesta quinta-feira (31), principalmente após algumas celebridades revelarem que enfrentam essa batalha silenciosa. Embora pouco conhecida e muitas vezes subestimada, a enfermidade pode trazer impactos sérios à saúde e ainda desperta dúvidas sobre seus sintomas, diagnóstico e tratamento. No Brasil, a realidade sobre a doença ainda é pouco clara, tornando essencial entender seus riscos e formas de prevenção.

Provocada pela bactéria Borrelia Burgdorferi, ela é transmitida principalmente por carrapatos infectados. Apesar de sua baixa ocorrência no Brasil, a enfermidade é bastante comum nos Estados Unidos, onde os artistas residem.

Famosos que convivem com a Doença de Lyme

Na quinta-feira (31), o cantor norte-americano Justin Timberlake anunciou em suas redes sociais que foi diagnosticado com Doença de Lyme, uma doença bacteriana transmitida por carrapatos. Ele afirmou que os sintomas da doença quase o levaram a cancelar sua turnê “Forget Tomorrow”, por comprometerem sua saúde física e mental.

O intérprete de “Mirrors ” não é o único artista a tornar público seu diagnóstico de Lyme. Outros nomes de destaque, como Justin Bieber e Avril Lavigne, também compartilharam suas experiências com a doença. Bieber descreveu os últimos anos como particularmente desafiadores, mas ressaltou que o tratamento correto tem sido fundamental para lidar com a condição, garantindo que retornará ainda mais forte.

Já Avril Lavigne, diagnosticada em 2015, compartilhou os intensos desafios físicos e emocionais enfrentados durante sua luta contra a doença, classificando aquele período como um dos mais difíceis de sua trajetória. A música, especialmente a criação da canção “Head Above Water”, desempenhou um papel vital em sua recuperação. Além disso, Lavigne fundou uma organização dedicada a apoiar pesquisas e pacientes afetados, destinando parte da arrecadação de seus shows para essa causa.

Shania Twain, a cantora canadense , conhecida não só pelo sucesso como “You’re Still the One e That Don’t Impress Me Much,” foi diagnosticada com Doença de Lyme após ser picada por um carrapato durante um passeio a cavalo em 2003. Desde então, Twain tem enfrentado os efeitos persistentes da doença. Em julho de 2023, ela sofreu uma queda durante um show em Chicago, nos Estados Unidos, e, segundo um amigo, afirmava que temia a volta dos sintomas.

Bella Hadid, modelo, recebeu o diagnóstico da doença em 2012. Hadid revelou que complicações relacionadas a um tratamento odontológico e um canal radicular reacenderam os sintomas, o que a levou a se afastar temporariamente das passarelas e dos eventos mais importantes do mundo da moda.


As celebridades com doença de Lyme (Video: Reprodução/YouTube/Nicki Swft)

O que é a Doença de Lyme?

Segundo dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), aproximadamente 476 mil pessoas são diagnosticadas com a doença anualmente no país. Em geral, os sintomas iniciais manifestam-se até um mês depois da picada, apresentando-se como uma lesão vermelha característica em formato de alvo, acompanhada de febre, calafrios, dores de cabeça, fadiga e desconfortos musculares.

Quando não tratada, a condição pode provocar inflamações nas articulações, edemas, perda de força muscular e distúrbios neurológicos, como meningite e paralisia temporária do rosto. Alterações no ritmo cardíaco também são possíveis. Há ainda casos em que os sintomas permanecem por longos períodos, configurando a síndrome pós-tratamento da Doença de Lyme.

O diagnóstico é feito com base na análise clínica, no histórico de exposição a ambientes com carrapatos e em exames laboratoriais, que podem demorar algumas semanas para detectar os anticorpos. O tratamento é feito com antibióticos orais por até quatro semanas, podendo ser intravenoso em quadros mais severos. Quando os sintomas persistem após o tratamento, é necessário acompanhamento médico contínuo.

Diferenças entre Doença de Lyme e Febre Maculosa

Além disso, no Brasil  existe outra infecção transmitida por carrapatos que merece atenção é a febre maculosa. Embora sejam doenças distintas, ambas compartilham a forma de transmissão por meio da picada desses parasitas.

A febre maculosa é mais comum no país e tem maior incidência nas regiões Sudeste, especialmente nos estados de São Paulo e Minas Gerais, onde há áreas de mata e grande circulação de capivaras, hospedeiros frequentes do carrapato transmissor. Causada por bactérias do gênero Rickettsia, a doença pode evoluir rapidamente e provocar complicações graves, como insuficiência renal, alterações neurológicas, problemas respiratórios e, em casos mais severos, levar à morte.

Já o Lyme, embora rara no Brasil, apresenta uma variante nacional conhecida como Síndrome de Baggio-Yoshinari. Essa forma possui sintomas semelhantes à versão clássica observada em países do hemisfério norte, mas difere em aspectos imunológicos e microbiológicos, sendo alvo de estudos específicos no contexto brasileiro.

Prevenção e cuidados

A principal forma de prevenção da Doença de Lyme é evitar o contato com carrapatos. Para isso, recomenda-se não frequentar áreas com vegetação densa sem proteção, utilizar roupas claras de manga longa e calças compridas, aplicar repelentes específicos e inspecionar cuidadosamente o corpo e os animais de estimação após exposição a ambientes de risco. A transmissão da bactéria causadora da Doença de Lyme depende do tempo em que o carrapato permanece preso à pele. Por isso, a remoção correta, dentro de até 48 horas, é uma medida fundamental de prevenção.

A doença do carrapato não é contagiosa, ou seja, não é transmitida de pessoa para pessoa, e a reinfecção pode ocorrer caso haja nova exposição ao carrapato infectado.

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