American Eagle se defende após repercussão negativa de campanha com Sydney Sweeney

American Eagle se pronunciou após críticas à campanha com Sydney Sweeney negando conotação ofensiva e defendendo foco nos jeans

02 ago, 2025
Sydney Sweeney para campanha da American Eagle | Reprodução/Instagram/@americaneagle
Sydney Sweeney para campanha da American Eagle | Reprodução/Instagram/@americaneagle

Nesta sexta-feira (1°), a empresa norte-americana American Eagle enfrentou uma onda de comentários negativos na internet após lançar um comercial publicitário protagonizado pela atriz da série “Euphoria” Sydney Sweeney, que rapidamente se tornou motivo de debate entre internautas. A marca, conhecida por suas peças casuais, viu seu trabalho interpretado de formas distintas, gerando controvérsia em diversos setores do público.

Diante da repercussão negativa, a empresa optou por emitir um posicionamento oficial para esclarecer suas intenções e defender a proposta da campanha, que, segundo a própria marca, busca celebrar o estilo e a individualidade dos consumidores. O caso levanta discussões sobre limites da publicidade atual.

American Eagle responde às críticas da campanha

A campanha, lançada com o slogan “Sydney Sweeney tem jeans incríveis”, foi alvo de controvérsias por conta do trocadilho entre as palavras “jeans” (calça) e “genes” (características genéticas). Muitos internautas interpretaram essa associação como uma promoção de padrões estéticos restritivos e exclusivistas, especialmente em relação à aparência da atriz, que segue traços frequentemente vinculados a ideais eurocêntricos de beleza.

Em resposta à repercussão negativa, a marca usou sua conta no Instagram, negando qualquer intenção ofensiva ou discriminatória. A empresa explicou que o foco da campanha sempre foi exaltar o jeans como peça de roupa. “os jeans dela”, na expressão usada, e a história pessoal da atriz com essa peça, celebrando o estilo individual de cada pessoa. Segundo eles, a mensagem central é que “jeans incríveis ficam bem em todo mundo”, reforçando a ideia de diversidade e inclusão no uso do produto.

A nota também destacou que a campanha busca valorizar a confiança e a autenticidade de cada consumidor ao vestir American Eagle, afastando interpretações que possam sugerir a exaltação de qualquer padrão genético ou estético. A marca afirmou que continuará celebrando a forma única e segura como as pessoas escolhem vestir seus jeans, reforçando o compromisso com a pluralidade de estilos.


A polêmica da campanha da American Eagles (video:reprodução/youtube/E!News)

Discussão sobre o padrão de beleza e referências à Segunda Guerra Mundial

Integrando a coleção de outono da marca, a campanha publicitária lançada em 23 de julho apresenta a atriz Sydney Sweeney em poses sensuais, acompanhada do slogan “Sydney Sweeney tem jeans incríveis”. O uso do trocadilho entre “jeans” e “genes” gerou controvérsia, sendo interpretado por muitos como uma referência implícita não apenas ao visual da atriz, mas também a suas características genéticas como a pele clara, os olhos azuis e o corpo magro comumente atreladas a padrões eurocêntricos de beleza.

A campanha tomou proporções ainda mais polêmicas quando internautas ligaram sua narrativa à eugenia, ideologia pseudocientífica que sustentou parte da base do nazismo. Durante o regime de Hitler, a Alemanha promoveu políticas de extermínio e esterilização de quem não se encaixava no padrão “ariano” idealizado: brancos, de olhos claros e sem deficiências. A frase dita por Sydney Sweeney no comercial, “meus genes são azuis”, foi apontada por críticos como eco de um discurso elitista que, além de remeter à estética eurocêntrica, também faz alusão ao termo “sangue azul” expressão historicamente usada para enaltecer a nobreza branca.

O corpo de Sydney Sweeney como foco da campanha

Além das críticas relacionadas a possíveis conotações racistas, a campanha recebeu acusações de objetificação feminina. As imagens promocionais colocam o corpo de Sydney Sweeney em evidência, realçando suas curvas, poses sugestivas e expressões sensuais. Para muitos internautas, esse apelo visual contradiz a mensagem de empoderamento, reduzindo a atriz a um mero instrumento de marketing.

Apesar das críticas que cercaram a campanha, os resultados para a American Eagle foram bastante positivos no âmbito financeiro. Segundo dados da revista “Vanity Fair”, as vendas cresceram 10% depois da veiculação, gerando cerca de 200 milhões de dólares em receita. A campanha também ganhou ainda mais destaque após personalidades como Doja Cat e Lizzo publicarem vídeos debochando do anúncio, aumentando a repercussão para o bem ou para o mal da marca.

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