A morte da Princesa Diana em 1997 chocou o mundo após ser noticiado que ela tinha sofrido um grave acidente de carro. Diana deixou dois filhos, William, que na época tinha 15 anos e Harry, com apenas 12. O luto e a tristeza foram grandes sentimentos que ambos carregaram e carregam até hoje, quase 30 anos após a morte da mãe.
Compreendendo o luto
Na minissérie "Heart of Invictus", lançada pela Netflix, Príncipe Harry concedeu um detalhado depoimento sobre como a perda da mãe o impactou. Harry conta que quando Diana morreu, era muito novo para entender os sentimentos e o luto e que, por isso, não conseguia expressar suas emoções devido ao trauma sofrido com o falecimento de sua mãe.
Princesa Diana e Príncipe Harry. (Foto: reprodução/ People Magazine)
"O trauma da perda da minha mãe aos 12 anos me fez passar todos esses anos sem expressar emoções, incapaz de chorar e sentir.", conta Harry. O príncipe relata que só aos 28 anos conseguiu expressar suas emoções e finalmente chorar e sentir a dor do luto da mãe. Harry conta que quando teve essa explosão de emoções, parecia que alguém o tinha agitado e tudo veio a tona; essa circunstância desencadeou suas lágrimas e suas emoções estavam por todo lado. "Foi o caos e eu só pensava em: como eu controlo isso?", desabafa Harry.
Harry ressalta que foi de uma pessoa vazia para uma com um turbilhão de emoções e que as sessões de terapia o ajudaram a compreender tudo o que sentia e antes reprimia.
Importância de um terapeuta
Na minissérie, os produtores buscam mostrar os desafios da saúde mental enfrentados por militares com experiência em zonas de guerra. Príncipe Harry deu seu depoimento, pois o mesmo serviu no Afeganistão em duas ocasiões e precisou encontrar forças sozinho em meio às missões.
Harry conta que não teve apoio, estrutura e assistência de especialistas para entender o que estava acontecendo com ele. Os traumas resultantes de suas vivências em meio ao conflito afegão o deixaram sem chão, sem saber o que e como sentir. O príncipe fala da importância de procurar por ajuda profissional: "Infelizmente, como acontece com muitos, a busca por terapia só acontece quando já estamos no chão, em posição fetal, arrependidos de não termos enfrentado essas questões anteriormente.", conclui Harry.
Agora, aos 38 anos, casado e pai de um casal, Príncipe Harry ainda comparece às sessões de terapia e também investe na terapia EMDR, para superar o sentimento de aflição que sempre sente ao voar para o Reino Unido. Essa técnica, traduzida para Dessensibilização e Reprocessamento através do Movimento dos Olhos, é uma nova abordagem psicoterapêutica que desbloqueia memórias dolorosas através da estimulação bilateral do cérebro.
Foto destaque: Príncipe Harry e Princesa Diana. Reprodução/People Magazine