Neste domingo (17), a atriz Letícia Sabatella contou em entrevista ao Fantástico no quadro Show da Vida sobre ter sido diagnosticada tardiamente com um grau leve de autismo. Apesar dos sinais presentes desde muito cedo, Sabatella descobriu aos 52 anos o transtorno.
Dificuldades durante a infância
Durante a conversa, Letícia afirma que ainda que a condição tenha sido descoberta mais tarde, a sensação para ela foi de liberdade. Além disso, o diagnóstico também permitiu com que ela compreendesse sua hipersensibilidade sensorial, uma vez que passa até mal quando há muito barulho.
Retornando ao passado, Sabatella refletiu sobre o período escolar, no qual encontrou dificuldades nas relações interpessoais. A atriz afirmou que não conseguia ao menos ir ao cinema, por tratar-se de uma experiência sensorial muito forte.
Letícia também perdia muitas amizades por não sair de casa, fazendo com que ficassem muito chateados com ela: “Quando eu tinha 9 anos, as meninas da minha escola pararam de falar comigo, por causa do meu jeito, e eu não sabia por quê’’, revelou.
Letícia Sabatella participa do quadro Show da Vida. (Reprodução/Instagram/@showdavida e @carolraimundi)
Arte ajudou no processo
A primeira vez que a atriz falou sobre o assunto foi durante o podcast Papagaio Falante, apresentado por Sérgio Mallandro e Renato Rabelo, na terça-feira (05). Letícia afirma que foi diagnosticada através de investigações realizadas não só por um psiquiatra, como também por um neurologista, que tem o Transtorno do Espectro Autista em uma fase leve, chamada Asperger.
Segundo Letícia Sabatella, a arte serviu de auxílio neste processo: “E o fato de eu escolher o teatro, de escolher a arte, foi meu mecanismo de aprender, de algum modo, superar ou acomodar essa realidade, esse modo de ver as coisas que traz muita hipersensibilidade também, que traz uma ingenuidade’’, revelou Sabatella.
Adendo: Como identificar o TEA
Segundo o neuropediatra José Salomão Schwartzmam, o TEA é um distúrbio que está presente desde o nascimento do indivíduo. No entanto, quanto mais tarde a descoberta, mais chances há dos sinais serem transformados não só em comorbidades, como também depressão e ansiedade.
Ainda segundo o profissional, por existirem diversos graus do Transtorno do Espectro Autista, em casos de um diagnóstico tardio, na maioria das vezes há um primeiro grau (leve), assim como o de Letícia Sabatella. Por mais que o diagnóstico não seja óbvio, ele pode ser feito por meio de observações de comportamento e também através de entrevistas.
Foto destaque: Letícia Sabatella. Reprodução/ Instagram/@leticia_sabatella