O Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu, por unanimidade, condenar Felipe Prior por estupro em segunda instância, de acordo com o portal G1 nesta terça-feira (10). O crime, cometido no ano de 2014, teve sua primeira instância em julho de 2023, onde Prior foi condenado a seis anos de prisão em regime semiaberto. Os desembargadores subiram a pena em dois anos, após análises da defesa do acusado. O regime semiaberto foi mantido.
Felipe Prior também responde por outras três acusações de estupro no Tribunal de Justiça de São Paulo, onde já é réu, em uma delas. Quando questionado pela revista Quem, a equipe do acusado mandou um pronunciamento repudiando o vazamento das informações.
"Os advogados do escritório Kehdi Vieira Advogados, que representam os interesses do Felipe Prior, repudiam o vazamento das informações sobre o julgamento da apelação do dia 10 de setembro de 2024 e tomarão as medidas necessárias a respeito da apuração desse vazamento. Por outro lado, os advogados irão recorrer com os recursos próprios, seja dentro do Tribunal de Justiça, seja aos tribunais de cúpula, para reverter essa decisão que manteve a condenação. A defesa está convencida de que o acontecimento de 9 de agosto de 2014 não se adequa ao tipo penal de estupro", alegou a equipe.
O crime
A vítima era estudante de Arquitetura na Mackenzie em 2014 e colega de faculdade do criminoso. Em conjunto com outra amiga, a vítima dividiria o valor da gasolina com Felipe para que ele levasse e buscasse o grupo da faculdade em dias de aula, uma vez que ambos moravam próximos.
Em uma noite pós-festa da faculdade, Felipe ofereceu uma carona à vítima e à sua amiga. Após deixar a amiga na casa dela, a mulher contou que eles passaram por uma rua deserta, onde tudo aconteceu. Felipe teria se aproveitado do fato de estar a sós com a vítima e forçado relações sexuais.
A estudante de arquitetura havia ingerido bebida alcoólica e não tinha todo o controle sobre sua coordenação motora. Em seu relato ao Fantástico, em julho de 2023, ela detalha que Prior passou para o banco de trás e a puxou. Enquanto ela dizia que não queria aquele tipo de toque e intimidade, ele a rebatia, afirmando que a moça não deveria se fazer de difícil e que aquela não era a hora de dizer que não.
Após Felipe começar a penetração, contra sua vontade, criou-se uma poça de sangue em seu carro, relatou a moça, que afirmou que só então ele parou e se ofereceu para levá-la ao hospital. Ela pediu para ser levada para casa. Já em sua residência, o sangue não cessou e ela foi acompanhada ao hospital junto de sua mãe.
Laceração de grau um
No prontuário a que o Fantástico teve acesso, constava o resultado do ferimento atestado por uma médica: laceração de grau um, causado pela fricção do órgão genital masculino, ou introdução de outro instrumento na vagina.
A vítima contou que Felipe a contatou no dia seguinte para perguntar como ela estava e, além de dizer que estava bem, a única coisa que pediu a seu agressor foi que não contasse nada a ninguém, pois, segundo ela, só desejava esquecer o que aconteceu.
MeToo
Manifestação MeToo (Foto: reprodução/Tassii/Getty Images Embed)
Ela contou à jornalista Giuliana Girardi que, apenas em 2017, com o movimento MeToo, teve acesso a outras histórias e entendeu que aquilo não era sua culpa e, finalmente, dividiu o ocorrido criminoso com uma amiga.
Três anos depois, Prior entra para o BBB20. Relatou ter tido uma crise de ansiedade, pois, de acordo com ela, foi a primeira vez que viu seu rosto depois de anos. A vítima afirmou que só pensou em denunciar, pois estava lendo casos na antiga rede social, X, de outras vítimas do participante.
De acordo com a advogada Maira Pinheiro, há um modus operandi: mulheres magras, alcoolizadas, na faixa etária dos vinte anos. O acusado assume uma postura violenta, logo que suas investidas não são correspondidas.
Foto Destaque: Felipe Prior (Reprodução/AgNews/Leo Franco)
