Aos 85 anos, Dedé Santana voltará aos palcos. O humorista retorna aos palcos ao lado do ator Fioravante Almeida, na peça Palhaços, dirigida por Alexandre Borges, com apresentação única às 18h neste domingo (11), no Teatro Sérgio Cardoso, de forma gratuita, presencial e digital.
O espetáculo, que começou antes da pandemia, arrecadou cerca de quatro toneladas de alimentos. Os mantimentos serão entregues para o Centro da Memória do Circo e para o Sindicato dos Artistas e Técnicos de Espetáculos e Diversões do Estado de São Paulo.
''Estou muito ansioso para voltar ao palco e bem preocupado também. Mas tenho o apoio do colega que está no palco comigo e a direção do Alexandre Borges, que é maravilhosa. Nasci no circo, fiz de tudo, fui palhaço, andei no globo da morte, e tudo mais. Por isso, na hora que ele me falou o nome da peça, topei, mas quando vi o texto me apavorei. Não era nada que eu esperava. Era um drama pesado. No final, ele volta para comédia. Encarei com coragem'', disse Dedé.
Dedé Santana (Reprodução/Divulgação/Tatiana Coelho)
O artista garante que ainda tem muita disposição para o trabalho e que não pretende se aposentar. ''Minha mulher falou para eu parar um pouco. Aos 85 anos, ainda me sinto bem disposto a me desafiar. Se eu parar, fico velho. Fiquei muito contente com esse convite do Alexandre. Tenho muita bagagem. Fiz 62 filmes ao longo da vida. Já fiz filme americano, alemão'', relembra.
Dedé diz sentir falta de convites para atuar no cinema nacional. ''Esperava uma homenagem, um reconhecimento maior do cinema. Tudo começou com Dedé e Didi, antes de Os Trapalhões, na época em que o cinema brasileiro estava completamente desacreditado. Eu pensava que alguém iria me dar um prêmio de merecimento. Ensinei as crianças a ver filme nacional, que ninguém queria ver'', garante.
Dedé Santana e Alexandre Borges (Reprodução/Tatiana Coelho)
O reconhecimento que não foi dado nas telonas, ele ganhou no palco. ''Fiquei muito surpreso. Ganhei o título de Embaixador da Cultura do Governo Federal, em 2016. É uma medalha de mérito cultural, que me fez comendador cultural. Em São Paulo, ganhei o prêmio Aplausos, que foi por voto popular. A maçonaria também me deu um título de honra ao mérito. Devo muito ao Alexandre Borges por esse reconhecimento todo que estou tendo'', agradece.
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Dedé afirma ter o sonho de ter sua história contada em uma série ou filme. ''Daria uma história linda. Nunca me procuraram para fazer isso. Eu adoraria. Mas enquanto isso, tenho um projeto que também era um grande sonho e vou realizar. Farei a exibição de um filme, a peça Palhaços e toda uma programação em um circo em Niterói (RJ), que é a minha cidade. E tudo de graça. Assim que a pandemia passar, vou realizar esse desejo. Está tudo pronto, alinhado'', revela o artista, que reside em Santa Catarina com a família há 15 anos.
(Foto destaque: Aos 85 anos, Dedé Santana descarta aposentadoria: 'Ainda me sinto bem disposto'. Reprodução/Divulgação/Arthur Senra)