Beleza gráfica e precisão milimétrica marcam inverno 2025 da Armani Privé

Maquiagem em preto e branco, traços arquitetônicos e cabelos alinhados traduzem a elegância silenciosa da coleção de alta-costura apresentada em Paris

09 jul, 2025
Beleza sutil e marcante toma conta do desfile de alta-costura | Reprodução/Pascal Le Segretain/Getty Images Embed
Beleza sutil e marcante toma conta do desfile de alta-costura | Reprodução/Pascal Le Segretain/Getty Images Embed

Durante a semana de alta-costura em Paris, nesta terça-feira (8), a Armani Privé apresentou sua coleção de inverno 2025 em um desfile marcado por rigor estético e silêncio refinado. E se o preto foi o grande protagonista das roupas — em sedas metalizadas, veludos e bordados —, a beleza que acompanhou a coleção também refletiu esse mesmo peso dramático, traduzido em olhos gráficos, cabelos esculpidos e uma maquiagem quase escultórica.

O evento teve lugar no Palácio Armani, o escritório do renomado estilista italiano na Avenue Montaigne, que se tornou uma passarela aconchegante. Ali, com os modelos desfilando bem pertinho da plateia, cada detalhe pôde ser visto de forma íntima, revelando a atenção cuidadosa a um visual que visa destacar a sobriedade e a força da coleção.

Olhos como centro da composição visual

Sob a direção da maquiadora global Hiromi Ueda, a beleza teve como destaque o olhar, que se tornou um verdadeiro ponto de tensão e expressão. O côncavo foi acentuado com uma sombra preta opaca, traçada de maneira arquitetônica, que se conectava ao delineado, gerando um efeito contínuo e preciso. Na pálpebra, uma sombra branca levemente esfumada subia até as sobrancelhas, criando um contraste gráfico, quase óptico — e completamente intencional.



Esse jogo de luz e sombra realmente destacou a dualidade da coleção: a seriedade do preto contrastando com os brilhos das pedras e bordados. A maquiagem dos olhos, que era ao mesmo tempo clássica e futurista, refletia os elementos das roupas: casacos esculturais, smokings reinventados e capas estruturadas. Tudo em perfeita harmonia.

Pele polida e lábios em tom de respiro

Na pele, a proposta foi a uniformidade natural. Nada de contornos marcantes, blush exagerado ou iluminadores muito chamativos. O acabamento era bem fosco, com uma textura suave e uma cobertura que mantinha o brilho natural da pele.


Pele com acabamento natural com o suspiro do rosado alaranjado nos lábios (Foto: Reprodução/Fashion Network)

Nos lábios, um leve suspiro se mistura ao peso dos olhos: a cor escolhida foi um discreto tom de rosado alaranjado, com um brilho suave e um acabamento cremoso. A sutileza trazia um frescor sem perder a sobriedade do look como um todo, atuando como um ponto de equilíbrio visual.

As sobrancelhas, por sua vez, foram esfumadas em tons acinzentados, quase apagadas — estratégia que desloca toda a atenção para o olhar, ampliando o efeito dramático sem perder sofisticação.

Cabelos com acabamento arquitetônico

Os cabelos seguiram o mesmo princípio de precisão. Alinhados, milimetricamente penteados e fixados, os fios foram presos em coques baixos ou rabos embutidos, cobertos por acessórios estruturais que integravam o visual como extensão da roupa.



Sem textura solta, sem fios desalinhados, o efeito era quase cenográfico — reforçado pelo brilho controlado, que captava a luz de forma estratégica, assim como os tecidos do desfile. Essa escolha reforçou o caráter intencional da beleza: mais do que complementar os looks, ela os espelhava em forma, peso e ritmo.

O resultado foi uma beleza contida e escultural, que sustenta a sofisticação silenciosa característica da Armani Privé — e que comprova, mais uma vez, que o impacto do preto vai muito além do tecido.

 

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