Diversas instituições de ensino superior adotaram uma abordagem inovadora em relação à tecnologia blockchain, indo além de simplesmente oferecer cursos sobre o assunto. Atualmente, cerca de 45 universidades ao redor do globo possibilitam que seus alunos paguem as mensalidades utilizando criptomoedas, de acordo com um relatório publicado pelo Bankless Time. No entanto, essa adoção não é isenta de riscos, pois as moedas digitais são altamente voláteis.
As universidades que aceitam cripto usam como uma forma de marketing (Reprodução/ Istock)
De acordo com uma análise do Bankless Time, a aceitação de criptomoedas pode ser considerada um "truque de marketing planejado para aumentar o entusiasmo e a publicidade gratuita para o curso".
Em outras palavras, as instituições de ensino correm o risco de perder dinheiro ao oferecer essa opção de pagamento, mas ainda assim decidem adotar as moedas em determinadas circunstâncias para atrair um público maior.
A maioria das universidades que aceitam criptomoedas como forma de pagamento limita essa possibilidade a cursos complementares, não permitindo o pagamento de mensalidades de graduação. Dessa forma, o impacto financeiro é minimizado caso as moedas sofram desvalorização.
A Universidade de Nicósia foi a pioneira em aceitar pagamentos em Bitcoin em 2013, seguida posteriormente pela Universidade de Cumbria, que acabou desistindo dessa iniciativa anos mais tarde.
Um porta-voz da Universidade de Nicósia, no Chipre, explicou que "a intenção por trás dessa iniciativa é facilitar a transmissão de recursos para alguns alunos e desenvolver conhecimentos práticos nessa área, e não se envolver em especulação cambial".
O Bankless Time realizou uma análise de pagamento de um estudante durante um ano na Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, onde as taxas e mensalidades para o ano acadêmico de 2021-2022 totalizaram US$ 61.710, aproximadamente R$ 294 mil.
Em setembro de 2021, um aluno pagaria 1,19 Bitcoin pela anuidade (considerando que, naquele período, 1 Bitcoin era equivalente a US$ 52 mil ou R$ 248 mil). No entanto, se a universidade não convertesse imediatamente o Bitcoin em dólares, ao final do ano letivo, os 1,19 Bitcoins teriam um valor de apenas US$ 22.623, aproximadamente R$ 108 mil. Dessa forma, a universidade teria recebido apenas US$ 40 mil, ou quase R$ 191 mil.
El Salvador possui uma abordagem singular em termos políticos, o governo declarou o Bitcoin como moeda oficial em 2021, como resultado dessa medida, os estudantes que buscam ingressar em uma das 29 universidades de El Salvador têm a oportunidade de quitar suas mensalidades usando Bitcoin.
Foto destaque. Bitcoin (Reprodução/ Pixabay)