Os últimos meses parecem ter sido marcados com uma onda de conscientização a respeito dos riscos apresentados por redes sociais e aplicativos de comunicação pela rede, como evidenciado pelo caso do Discord. Embora o ônus da culpa recaia sobre os detratores que cometeram crimes tão cruéis, é inevitável que a plataforma onde essas barbaridades foram cometidas também acabe sendo tópico de conversa — e com a correta indagação: há algo que poderia ser feito para prevenir tais tragédias? O Tinder, aplicativo de namoro internacional que conta com milhões de usuários ativos todos os dias, já tomou os primeiros passos para criar um ambiente mais seguro e convidativo aos seus usuários aqui em território nacional.
Através de um acordo entre o aplicativo de paquera e o Grupo de Atuação Especializada do Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP), foi inaugurado um canal de comunicação em língua portuguesa com funcionamento de 24 horas por dia e sete dias por semana, de modo a atender autoridades policiais, promotores da justiça e juízes de direito.
Esse canal de comunicação deve entrar em funcionamento pleno na próxima segunda-feira (10). E, segundo o MP, a ferramenta foi criada com o intuito de facilitar a requisição de dados da plataforma, bem como o envio de informações que dizem respeito a ordens judiciais.
“Nosso objetivo é tornar as respostas mais rápidas a requisições relativas a dados associados à localização de vítimas de crimes com processo em andamento, bem como agentes criminosos responsáveis, tendo em mente os parâmetros fixados no Marco Civil da internet e na legislação relacionada”, afirmou o MP, em nota.
O Tinder vem sendo usado para que infratores apliquem o chamado “golpe do Tinder”, onde pessoas procurando relacionamentos acabam sendo sequestradas ou extorquidas — muitas vezes ambos. Os suspeitos criam perfis falsos e, ao encontrar uma vítima, marcam encontros em locais apropriados para o crime. Segundo a polícia, esses criminosos mostram mais interesse em usuários com alto poder aquisitivo, abordando-as em ruas desertas.
Golpe do Tinder já corresponde a mais da metade dos sequestros de São Paulo https://t.co/9QNzYSBAc3
— Jornal O Globo (@JornalOGlobo) November 15, 2022
Reportagem da Globo evidenciando a gravidade dos casos desde novembro do ano passado (Reprodução/Globo).
Por enquanto, a forma mais fácil de se proteger é evitar a vinculação da conta do Tinder com outras redes sociais, como Facebook e Instagram, bem como não aceitar ir a encontros em locais desertos.
Foto destaque: Logo do Tinder em fundo vermelho (Divulgação/Tinder).