Um estudo com a terapia celular CAR-T Cell conduzido pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), pelo Hemocentro de Ribeirão Preto e pelo Instituto Butantan, observou a evolução de 14 pacientes. Um dos pacientes teve remissão completa de um linfoma de Hodgkin, câncer que tem sua origina no sistema linfático, em apenas um mês. Os outros pacientes tiveram, pelo menos, 60% de remissão contra o cancêr.
A terapia inovadora com CAR-T Cell é um dos tipos mais eficientes no tratamento contra o câncer do sangue e do sistema linfático, consiste em um medicamento preparado com as células de defesa, linfócitos T, extraídas do próprio paciente e modificadas geneticamente em laboratório para que, ao serem reintroduzidas no indivíduo, possam reconhecer e combater o tumor.
Segundo o Instituto Butantan, “a CAR-T só pode ser aplicada em pacientes com câncer avançado que já tentaram terapias convencionais, como a quimioterapia, e não tiveram sucesso”.
Por causa do “seu alto potencial de eliminar as células cancerígenas e “à sua baixa toxicidade, as células CAR-T podem se tornar um tratamento de primeira linha no futuro, que seria usado em estágios iniciais da doença.”
A CAR-T é aprovada pela Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos e, foi lançada no Brasil em novembro de 2022.
CAR-T Cell é um dos tipos mais eficientes no tratamento contra o câncer do sangue e do sistema linfático (Foto:Reprodução/Butantan)
Como funciona o tratamento
Primeiramente, é feito a coleta das células T do paciente, por meio de uma máquina semelhante ao equipamento de hemodiálise. Os linfócitos são separados em uma bolsa e congelados, logo são enviados para os laboratórios onde passam a fabricar receptores de antígenos quiméricos específicos que vão combater as células cancerígenas. As células são modificadas geneticamente no laboratório e têm sua função potencializada.
Após esse processo, as células T modificadas são reinseridas em formato de medicamento injetável no corpo do paciente. Então, o paciente segue em observação quanto a toxicidade ao tratamento e possível resposta positiva.
Foto Destaque: Terapia celular CAR-T Cell apresenta remissão de tumores em pacientes. Reprodução/Butantan.