O Telegram, aplicativo de mensagens instantâneas, adotou uma postura semelhante ao Google na luta contra o projeto de lei das fake news. Em uma mensagem enviada aos seus usuários, a plataforma incentivou que estes procurassem deputados federais para convencê-los a rejeitar a proposta.
Pl 2630/2020 teve votação adiada na Câmara. (Reprodução/ Istock)
Ao final da mensagem, foi adicionado um link intitulado "O que você pode fazer para mudar isso", direcionando os leitores para uma página do site da Câmara que lista os nomes e contatos de todos os deputados federais. O Telegram pede para seus usuários pressionarem os parlamentares contra o projeto.
Uma das principais preocupações das plataformas de redes sociais em relação ao projeto de lei é a possibilidade de penalização pela veiculação de notícias falsas, com multas que podem chegar a milhões de reais. Além disso, se o projeto for aprovado como lei, as grandes empresas de tecnologia terão que remunerar pelo conteúdo jornalístico publicado em suas plataformas.
A iniciativa do Telegram segue a mesma linha de ação do Google, que na véspera da votação na Câmara, incluiu um link em sua página inicial de pesquisas direcionando os usuários para um artigo que repudiava o projeto de lei das fake news.
Na terça-feira passada (2), a votação do projeto de lei das fake news foi adiada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). A Secretaria Nacional do Consumidor notificou o Google para retirar um link de sua página inicial em até duas horas, sob pena de multa.
De outro, o ministro Alexandre de Moraes determinou que a Polícia Federal ouvisse os presidentes da Google, Meta, Spotify e Brasil Paralelo, para que explicassem a suposta cruzada contra o projeto de lei.
Até o momento, o Telegram não foi alvo dessas pressões. O aplicativo esteve recentemente na mira da Justiça, tendo uma ordem de suspensão assinada pelo ministro do Supremo Alexandre de Moraes. No entanto, o Telegram reverteu a decisão e continua operando normalmente.
Foto destaque. App Telegram (Reprodução/ Istock)