As tecnologias que alimentaram o submersível perdido durante a viagem aos destroços do Titanic, incluíam propulsores elétricos, comunicações por satélite e um controle de videogame do tipo joystick.
Sem GPS e a cerca de quatro quilômetros da superfície, os tripulantes se comunicam com a embarcação de controle para saber para onde ir e direcionar o submersível, por meio de botões do joystick, no escuro do Oceano Atlântico.
A OceanGate disse em uma publicação feita quatro dias antes da viagem que: “Sem torres de celular no meio do oceano, contamos com a Starlink para fornecer as comunicações necessárias durante a Expedição Titanic de 2023 deste ano”.
A viagem ao Titanic, com cinco tripulantes, se iniciou na sexta-feira (16), a partir da província de Newfoundland, no Canadá.
O submersível Titan perdeu o sinal de comunicação no domingo (18), uma hora e 45 minutos depois de iniciar a descida da superfície para o casco do Titanic.
Luiz Eduardo Cetrim Maciel, Capitão de Mar e Guerra e Comandante da Base de Submarinos da Marinha em Niterói-RJ explica que como o som não se propaga precisamente debaixo d'água, a comunicação com a tripulação do submarino é feita através de mensagens de texto.
Ele relata: “É transmitida uma mensagem de texto via satélite para dizer que o submersível está operando em segurança”.
Cetrim explica também que: “Quando tem essa perda de comunicação com o navio, a gente já parte do princípio de que ocorreu algum acidente. A análise é de que eles não poderiam continuar a expedição sem a comunicação”.
Segundo Cetrim, é também através dessa comunicação por satélite que a tripulação se localiza no fundo do oceano, uma vez que os sistemas de GPS não funcionam com o submersível embaixo d’água. “Provavelmente esse navio deve falar para onde eles devem ir”, disse ele.
Segundo o comandante, os submarinos da Marinha possuem um dispositivo chamado agulha giroscópica, que pode mostrar direções mesmo debaixo d'água.
CEO da OceanGate, Stockton Rush, mostrando o Joystick (Foto: Reprodução/YouTube/CBC NL via Terra)
Sobre o controle de videogame:
Segundo informou o CEO da OceanGate, em entrevista à rede de televisão dos EUA, CBS News, em julho de 2022, o submersível Titan é controlado através de um joystick (um controle de videogame).
Apesar de parecer um improviso, o uso de dispositivos do tipo joystick é usado com frequência em submarinos, até mesmo da Marinha do Brasil, explicou o capitão Cetrim.
Ele diz que: “Nos nossos submarinos alemães, mais antigos, o controle é igual ao manche de um avião, controla a profundidade e o rumo. Nos mais novos, os franceses, é um equipamento mais moderno que se assemelha ao joystick. Não impacta na confiabilidade desse submarino, é simplesmente uma concepção mais moderna”.
Os botões do controle guiam o submersível, controlando se vai para frente, para trás, para a esquerda ou para a direita. De acordo com o comandante, o deslocamento de submarinos e submersíveis é feito com a combinação de dois tipos de controle.
O comandante explica que: “Tem a propulsão, igual navio normal, com algum motor elétrico, com hélices. A segunda forma é controlar a quantidade de água dentro do submarino” e “O submarino tem tanques cheios de ar e, quando você chega a certa distância da costa, e tem a profundidade necessária, você abre as válvulas em cima dos tanques e o ar que está dentro deles escapa. Aí a água entra por baixo, o submarino fica mais pesado que a água e mergulha. Quando precisa subir, é só injetar ar nesses tanques”.
Segundo o portal OceanGate, o submersível Titan, que desapareceu, tem quatro propulsores elétricos Innerspace 1002.
Foto destaque: Submarino que levava turistas para ver o Titanic. Divulgação/OceanGate Expeditions via g1