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Startups de IA falsas saturam o mercado, preocupando investidores

Ao contrário do que seria esperado num momento em que a IA generativa está em alta, sendo discutida de maneira tão ampla por profissionais da área e grandes empresas como a Google, startups de inteligência artificial não são consideradas uma aposta

30 Jun 2023 - 17h10 | Atualizado em 30 Jun 2023 - 17h10
Startups de IA falsas saturam o mercado, preocupando investidores Lorena Bueri

A crise global dos últimos dois anos impactou significativamente o mercado de investimento, mas conforme a economia se estabiliza e os indivíduos com uma grande soma de capital, bem como empresas já consolidadas no mercado, procuram novas oportunidades dentre startups promissoras, fica a questão: quais setores prometem trazer um maior lucro por capital investido? Onde os investidores estão dispostos a colocar seu dinheiro? Há quem diga que as startups de IA generativa, tecnologia capitaneada pelo advento do ChatGPT, são as mais promissoras. E foi justamente esse o tópico discutido nos primeiros dois dias do evento Collision, focado em propostas inovadoras e sediado no Enercare Centre, Toronto. Dentre todas discussões que ocorreram no evento, talvez a mais interessante seja a que tenha ocorrido durante o painel vespertino da quarta-feira, intitulado “Onde devo colocar meu dinheiro em 2024?” 

E ao contrário do que seria esperado num momento em que a IA generativa está em alta, sendo discutida de maneira tão ampla por profissionais da área e grandes empresas como a Google, startups de inteligência artificial não são consideradas uma aposta infalível. “Os investidores enxergam essas startups sob dois paradigmas”, afirmou Mary D’Onofrio, que é cofundadora da Bessemer Venture Partners. “É certamente muito bom poder investir em uma startup que atua numa área prometendo crescimento exponencial em pouquíssimo tempo, mas há certa preocupação com os esforços de regulação que estão ganhando tração em diversos países nesse exato momento.”, concluiu.


Mary D'Onofrio e Arjun Sethi, conversando durante painel do Collision, em Toronto (Foto: Divulgação/Collision).


E, segundo ela, não é possível saber como isso irá afetar os negócios. 

Outro obstáculo que entra no caminho das empresas de IA generativa é o surgimento de inúmeras empresas de “fachada”. De acordo com Arjun Sethi, cofundador da Tribe Capital, há muitas empresas apenas fingindo trabalhar com o setor. Afinal, após o sucesso da OpenAI, que disponibilizou ao público geral os modelos de linguagem desenvolvidos por especialistas há anos, ficou na crença popular que basta criar ferramentas parecidas para chamar a atenção de investidores ricos e dispostos a apostar em uma tecnologia inovadora. 

“Mas não estamos interessados apenas em commodities, em multiplicadores simples, mas sim em algo de grande valor: startups que usam a inteligência artificial para trazer grandes mudanças ao negócio, com consequências nunca antes vistas”, afirma Mary D’Onofrio. O mais importante para os investidores é descobrir de que maneira a tecnologia pode ser disruptiva e esse é o critério para escolher as startups vencedoras. 

Esse tópico já havia sido abordado em outro painel de investidores que ocorreu na segunda-feira, intitulado “A Corrida de Ouro pela IA”. Durante a discussão, o fundador da Investor Perplexity, Elad Gil, afirmou que a inteligência artificial irá passar por uma primeira fase focada em auxiliar decisões humanas, principalmente nas áreas da saúde e educação. Segundo ele, a tecnologia já está tendo um impacto no healthcare, mas ainda há certos receios em usá-la para cirurgias. 

O vice-presidente da Associação Brasileira de Startups, Felipe Matos, também disse durante entrevista que ele vê grande futuro para a inteligência artificial aplicada aos segmentos da saúde, indústria, agronegócio e jurídico, mas que é difícil afirmar quais aplicações de IA receberão maior investimento, já que as possibilidades são inúmeras e ainda estamos no começo de uma nova era da tecnologia.

Foto destaque: Painel sediado durante o evento de inovação Collision, em Toronto (Foto: Divulgação/Collision).

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