A startup Colossal, autoproclamada “empresa de desextinção”, uniu forças com a Elephant Havens, uma fundação de vida selvagem dedicada a cuidar de elefantes órfãos, para criar um híbrido elefante-mamute geneticamente modificado que será introduzido na tundra ártica.
O mamute lanoso foi extinto há mais de 4.000 anos, no final da última era glacial. No entanto, continua a cativar a imaginação de biólogos e entusiastas até hoje.
A Elephant Havens colaborará extensivamente com a Colossal para coletar dados usando inteligência artificial (IA) para analisar o comportamento dos elefantes, juntamente com dados genômicos de cada elefante.
A Colossal pretende combinar a experiência da Elephant Havens com modelagem de IA e dados genéticos para aprofundar sua compreensão do comportamento dos elefantes. Esse conhecimento será fundamental para a eventual introdução dos híbridos de mamute-lanoso na vida selvagem.
Segundo Ben Lamm, cofundador e CEO da Colossal, a empresa recebeu inicialmente $15 milhões em financiamento que deverão ser suficientes para trazer à vida dois bezerros de mamute, mas ele alertou que seria um processo longo e de capital intensivo.
"Esta é uma iniciativa de longo prazo. Embora pensemos que teremos nossos primeiros bezerros nos próximos quatro a seis anos - esse é o nosso objetivo - nossos investidores entendem o que estão buscando (...) Esperamos que nos próximos cinco a 10 anos, a Colossal possa mostrar uma diferença significativa na conservação dos elefantes", disse Lamm.
Para alcançar o sucesso, a Colossal deve superar vários desafios, incluindo criar a sequência genética do animal, fertilizar um óvulo com sucesso e, em seguida, nutrir o híbrido. Contudo, o verdadeiro teste está além do nascimento, pois os cientistas lidam com a questão de como essas criaturas prosperarão na natureza - um quebra-cabeça que pode levar uma vida inteira ou mais para ser resolvido.
Ben Lamm, cofundador e CEO da Colossal, e cofundador e Ph.D. George Church (Foto: reprodução/Colossal)
IA no processo de “desextinção”
A IA desempenhará um papel crucial neste esforço de pesquisa animal. A Colossal está procurando aproveitar o conhecimento dos especialistas da Elephant Havens e combiná-lo com modelagem de inteligência artificial e dados genéticos para aprender mais sobre os elefantes.
A Elephant Havens está atualmente envolvida em um projeto de reintrodução de longo prazo de elefantes orfãos, no qual são “libertados suavemente” em um local cercado de mil acres por cinco anos, onde gradualmente aprendem a sobreviver sem intervenção humana. Depois de cinco anos no recinto, o rebanho de elefantes será introduzido na natureza e será monitorado por cerca de uma década.
As organizações esperam que as descobertas possam fornecer um plano para liberar os elefantes na natureza e os híbridos de mamute na tundra.
Serão analisados pelos manipuladores vídeos dos elefantes que serão transformados em pontos de dados para ensinar uma IA a entender os comportamentos sociais dos elefantes como modelos de liderança, por exemplo.
“Seremos capazes de misturar a arte dos tratadores de elefantes com a ciência de hoje”, argumenta Matt James, diretor de animais da Colossal.
A empresa planeja compartilhar suas descobertas científicas com parceiros que trabalham em esforços de conservação. Ao oferecer suas tecnologias e conhecimentos gratuitamente, eles afirmam fazer uma diferença significativa na conservação dos elefantes nos próximos cinco a dez anos.
Sobre a Colossal
Ben Lamm, fundador de outras quatro empresas diferentes, criou a startup Colossal que visa trazer de volta espécies extintas a vida, começando com o mamute lanoso, além de ajudar na crise climática no processo. Ele chama isso de "conservação disruptiva pensativa".
Lamm se associou ao pioneiro da genômica de Harvard, George Church, para criar a empresa. A Colossal licenciará exclusivamente a tecnologia do laboratório de Church para uso em não-humanos e apoiará a pesquisa do laboratório na criação de um híbrido elefante-mamute.
Foto Destaque: Empresa pretende reviver o mamute lanoso. Reprodução/Colossal.