A fabricante britânica Rolls-Royce desvelou um ambicioso projeto que poderá transformar o futuro da exploração espacial: um mini reator nuclear destinado a fornecer energia para missões na Lua. A revelação ocorreu na Conferência Espacial do Reino Unido, em Belfast, no mês de novembro, onde a empresa apresentou um modelo que receberá um investimento de £ 3,9 milhões (cerca de R$ 24 milhões), com previsão de estar apto para operação em seis anos.
O microrreator lunar será construído com design modular, possibilitando sua aplicação em diversas áreas. A tecnologia baseia-se na fissão nuclear, processo semelhante ao utilizado por usinas nucleares terrestres para gerar eletricidade. Essa abordagem não apenas oferece uma fonte potente de energia para missões espaciais, mas também sinaliza um potencial revolucionário para aplicações comerciais e de defesa em nosso planeta.
Energia limpa e sustentável
A tecnologia promete fornecer energia limpa, segura e confiável, alinhando-se com os esforços globais de sustentabilidade. O diretor de Programas Futuros da Rolls-Royce, Abi Clayton, ressaltou que a tecnologia poderá não apenas sustentar operações comerciais e de defesa, mas também desempenhar um papel crucial na descarbonização da indústria.
Distinguindo-se por sua leveza e menor tamanho em comparação com fontes convencionais, o microreator oferece energia contínua, crucial para a habitação e exploração da superfície lunar. Além disso, sua independência de fatores ambientais, como luz solar direta, posiciona-o como uma solução eficaz para fornecer energia em condições adversas.
Até 2030, a empresa Rolls-Royce pretende enviar reator à lua (Foto: reprodução/Site/Nucnet)
Investimento na inovação espacial
O projeto recebeu um aporte financeiro significativo da Agência Espacial do Reino Unido, totalizando 3,9 milhões de libras. Essa iniciativa faz parte de um investimento mais amplo de 51 milhões de libras destinado a empresas do Reino Unido envolvidas no desenvolvimento de tecnologias de comunicação e navegação para missões à Lua.
Desvendando mistérios lunares
Em paralelo, um estudo liderado por um doutorando da Universidade do Arizona revelou a origem de duas crateras lunares anteriormente envoltas em mistério. A pesquisa apontou que o lixo espacial chinês, proveniente do propulsor de um foguete da missão Chang’e 5-TI, foi responsável pelos impactos. A descoberta que destaca os desafios ambientais e de segurança associados à exploração espacial.
Foto destaque: empresa britânica desenvolve minireator nuclear (Divulgação/Rolls-Royce Submarine LTD/AFP/JC)