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Robô coleta primeiro rejeito de combustível em usina de Fukushima, local de desastre em 2011

Acontecimento é o primeiro passo de uma missão que poderá durar 100 anos, de acordo com especialistas

05 Nov 2021 - 16h00 | Atualizado em 05 Nov 2021 - 16h00
Robô coleta primeiro rejeito de combustível em usina de Fukushima, local de desastre em 2011 Lorena Bueri

Um robô recuperou o primeiro pedaço de combustível derretido do reator de Fukushima, no Japão. A peça é resultado do desastre na usina nuclear da cidade em 2011, consequência de um terremoto e um tsunami. Ele conseguiu, com seu braço extensível, cortar uma superfície de cascalho e entrar num labirinto, onde ficou por uma semana. Depois, retornou aos humanos com cinco milímetros de combustível nuclear. Apesar da estatura pequena do item, a missão foi comemorada e tida como um momento histórico na busca pelo desmonte e remoção de rejeitos nucleares do local.

O pedaço retirado dos  destroços da usina de "Fukushima Daiichi" possui cinco milímetros e pesa três gramas. É comparável a um grão de granola, mas fornecerá dados importantes para as próximas fases da operação feita pela Tokyo Electric Power Company Holdings, administradora da usina.

Desastre de Fukushima

Ocorrido em 2011, a tragédia que devastou a usina foi consequência de um terremoto de 9 graus na escala Richter, um nível altíssimo. 15,7 mil pessoas morreram em decorrência da tragédia, além dos 130 mil desabrigados. Posteriormente, uma tsunami com 38 metros de altura atingiu a cidade. 

Quanto ao pedaço retirado, a administradora da usina estabelece que a missão só será concluída quando a radioatividade estiver abaixo do estabelecido. Dessa forma, será possível colocá-la em um contêiner isolado onde a mesma ficará pelos próximos séculos. O combustível se espalhou por causa da explosão de três reatores após falha no sistema de resfriamento. 


Carros abandonados em zona de evacuação de Fukushima (Foto: reprodução/@tradingMaxiSL/X)


Próximos passos

A Tokyo Electric Power Company Holdings estima que serão necessários entre 30 e 40 anos para limpar completamente os reatores, embora especialistas indiquem que deverá demorar um século. A princípio, o processo deveria ter começado em 2021, mas questões técnicas impediram e atrasaram o projeto. O robô demora duas semanas para ir e voltar. O trabalho humano é extremamente limitado em questões de tempo, além de necessitar de roupas especiais. Por exemplo, um grupo fica no máximo 15 minutos em cada local. O processo feito em Chernobil foi mais rápido, mas o solo estável foi o que ofertou isso. Em Fukushima, o trabalho será mais demorado. 

Foto Destaque: Cidade de Fukushima é local de um dos maiores desastres radioativos da história (Reprodução/@CervezaTipo/X)

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