De acordo com relatos oficiais publicados nas redes sociais, na noite de sábado ocorreram protestos antigovernamentais em Caimanera, uma cidade portuária que fica localizada próxima da base militar americana em Guantánamo, Cuba. Até o momento, são os primeiros protestos antigoverno este ano em Cuba.
Capital de Cuba, Havana. (Foto: Reprodução/ Unsplash)
Nas imagens, é possível ver os manifestantes em Caimanera entoando gritos de "liberdade". As tensões no país têm crescido nas últimas semanas, causadas pela grave escassez de combustível que tem afetado negativamente o transporte público, a geração de energia e o abastecimento de alimentos em Cuba.
Até o momento não houve pronunciamento por parte do governo cubano sobre os protestos, no entanto, a jornalista Mabel Pozo de uma rádio estatal comunicou nas suas redes sociais que o protesto iniciou-se a partir do instante que “vários cidadãos, alguns em estado de embriaguez, gritaram declarações contra o processo social cubano e sobre suas insatisfações”.
A cidade de Caimanera, localizada a mais de 12 horas de carro da capital Havana, é conhecida em Cuba como a "primeira trincheira do anti-imperialismo", devido à sua proximidade com a base naval localizada em Guantánamo, pertencente aos Estados Unidos.
Em sua conta no Twitter, a embaixada dos Estados Unidos em Havana condenou no domingo a atitude das forças de segurança cubanas em relação aos protestos ocorridos em Caimanera. Segundo a publicação, os cidadãos foram espancados por exigirem direitos humanos durante os protestos pacíficos.
Os vídeos foram rapidamente compartilhados por dissidentes fora da ilha de Cuba e por grupos de direitos humanos. Há décadas, Cuba é governada pelo Partido Comunista, e os críticos acusam o governo cubano de uso excessivo de força e de ataques contra a liberdade de expressão. Somado a isso, o país enfrenta uma crise econômica que foi agravada pela pandemia de COVID-19. Atualmente o país conta com sanções econômicas vindas dos Estados Unidos.
Foto destaque: Centro de Havana, capital de Cuba. Reprodução/Istock