Um projeto de pesquisa pioneiro desenvolvido na Fundação Mondino, em Pavia, Itália, está revolucionando o diagnóstico e monitoramento de doenças neuromusculares por meio da utilização de um software de inteligência artificial (IA) capaz de ler ressonâncias magnéticas e fornecer diagnósticos rápidos e precisos sobre essas enfermidades raras.
A utilização de IA tem o potencial de reduzir os custos de procedimentos médicos.
O estudo, conduzido pelos promissores doutorandos do Centro BioData Science, Leonardo Barzaghi e Raffaella Fiamma Cabini, sob a orientação da renomada professora Silvia Figni, concentrou-se no desenvolvimento de algoritmos de "machine learning" e "deep learning" para a previsão de biomarcadores quantitativos relacionados a distúrbios do sistema musculoesquelético. Enquanto Barzaghi direcionou seus esforços para as imagens clínicas, Cabini concentrou-se nas análises pré-clínicas.
De acordo com Barzaghi, nos últimos anos houve o desenvolvimento de técnicas para a quantificação das propriedades físicas dos tecidos patológicos, visando auxiliar no diagnóstico. Ele explicou que, atualmente, é possível obter informações quantitativas sobre a patologia de forma mais rápida utilizando modelos de inteligência artificial mais avançados, como a quantidade de inflamação, atrofia e percentual de gordura.
Graças às redes neurais, essa nova abordagem permite a obtenção de imagens em questão de segundos, reduzindo significativamente o tempo necessário em comparação com os métodos convencionais, que podiam levar horas para produzir resultados quantificáveis. Essa velocidade aprimorada possibilita um diagnóstico mais rápido e, consequentemente, um tratamento mais precoce e eficaz para pacientes com doenças neuromusculares.
O progresso alcançado por essa equipe de pesquisa em Pavia marca um avanço significativo na área médica, com o potencial de beneficiar inúmeros pacientes ao redor do mundo. A aplicação de IA na interpretação de ressonâncias magnéticas tem o poder de agilizar o processo de diagnóstico, proporcionando informações precisas e permitindo que profissionais de saúde tomem decisões fundamentadas em um curto período de tempo.
Espera-se que essa abordagem revolucionária seja incorporada em clínicas e hospitais, elevando os padrões de cuidados médicos para aqueles afetados por doenças neuromusculares.
Foto destaque: A pesquisa possibilitou a utilização de inteligência artificial para acelerar a interpretação de ressonâncias magnéticas. Reprodução/ANSA