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Problemas na produção agrícola da Califórnia impulsonam inovações tecnológicas no setor

Problemas para encontrar mão de obra tem sido um dos maiores desafios dos donos das fazendas, principalmente pelas políticas de controle das fronteiras, que bloqueiam a entrada de imigrantes.

24 Mar 2023 - 11h40 | Atualizado em 24 Mar 2023 - 11h40
Problemas na produção agrícola da Califórnia impulsonam inovações tecnológicas no setor  Lorena Bueri

A maior produtora de frutas e legumes dos Estados Unidos tem enfrentado problemas. O estado da Califórnia está lidando diariamente com a falta de mão de obra, escassez de água e elevadas temperaturas que atrapalham e dificultam o processo de produção. 

Segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), a Califórnia, por meio da fazenda mais produtiva San Joaquin Valley, arrecadou no ano passado mais de US$ 51 bilhões em receita de frutas e legumes e outras culturas de alto valor agregado. Porém, problemas para encontrar mão de obra tem sido um dos maiores desafios dos donos das fazendas, principalmente pelas políticas de controle das fronteiras, que bloqueiam a entrada de imigrantes, em sua maioria eram trabalhadores do campo.

A situação se agravou devido a pandemia do Covid-19. Não havia trabalhadores suficientes para a colheita, e consequentemente não havia produtos nos supermercados. Através de uma publicação em um blog, a American Farm Bureau Federation disse que  a falta de alimentos não significava que os produtores deixaram de cultivar. “Foi porque cada etapa da cadeia de suprimentos carecia da mão de obra necessária para acompanhar a demanda”, explicou.

Bryan Little, diretor de assuntos trabalhistas do California Farm Bureau Federation disse que: “a Califórnia se tornou o principal produtor mundial de amêndoas. Antes, você precisava de uma equipe de, tipo, 30 pessoas com varas compridas e sacos caminhando pelo pomar e derrubando as amêndoas das árvores e daí recolher o que caía no chão”. O diretor disse que os campos se encontram com apenas 2 ou 3 trabalhadores que fazem o trabalho de 30. 


Trator autônomo da Monarch conta com agressivo plano de expansão. Reprodução/Forbes.


Para solucionar seus problemas, o Estado espera investir em tecnologias agro para suprir suas necessidades. O aumento da produtividade no campo está nas mãos de empresas que investem na fabricação de drones capazes de colher as frutas, tratores automatizados capazes de detectar ervas que prejudicam a produção e até a criação de colmeias robóticas para abelhas polinizadoras.

Uma das empresas responsáveis pela automatização no campo é a Monarch, que fabrica tratores que através de sensores monitoram a saúde das plantas. Praveen Penmetsa, CEO e cofundador da empresa, disse à Forbes que seus tratores são os únicos disponíveis para a compra no mercado. Com sede na Livermore, Califórnia, alcançou cerca de US$110 milhões, seus primeiros tratores vendidos, em 2022, custavam US$ 89 mil.

Penmetsa afirmou que através dos testes e dos dados coletados o uso dos tratores trará mais eficiência para a produção agrícola. “Em vez de um operador sentado em um trator subindo e descendo por talhões, esse mesmo operador pode gerenciar três ou quatro tratores ao mesmo tempo e concluir a operação mais rapidamente”, acrescentou. 

Enquanto a empresa se fortalece no ramo de tratores especializados na saúde das plantas, a startup israelense, Tevel Aerobotics Technologies, trabalha para produzir robôs capazes de identificar frutas maduras e colhê-las com um braço de alta sucção. O protótipo do robô realizou sua performance na World Ag Expo, colhendo frutas pregadas por ímãs em árvores falsas, na velocidade de 2,5 segundos. Apesar do robô não ter tanta agilidade, ele pode trabalhar ininterruptamente, ao contrário dos humanos que por lei só devem cumprir oito horas de trabalho. “Trabalhar 24 horas por dia, 7 dias por semana, é uma virada de jogo para toda a cadeia”, disse Ittai Marom, gerente geral das operações da Tevel nos Estados Unidos. 

De acordo com a PitchBook, os investimentos em tecnologias emergentes têm caído, mas as relacionadas ao agronegócio continuam angariando investimentos recursos, cerca de US$ 10,6 bilhões de investidores em 988 negócios no ano passado.

 

Foto destaque: Drones podem colher frutas inclusive à noite. Reprodução/Forbes.

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