Neste último sábado (10), um grupo de médicos em parceria com a Estação Espacial Internacional, conseguiu performar uma cirurgia utilizando o space MIRA (Assistente Robótico Miniaturizado, em tradução livre), um robô construído para permitir que cirurgias sejam feitas a distância por um time de médicos controlando tal robô. Cerca de 400 km separavam o robô do time de médicos que, mesmo assim, foi capaz de fazer o procedimento, deixando apenas um problema a ser resolvido: o tempo de resposta entre o comando dos médicos e o robô, já que “cinco segundos seriam uma eternidade em uma cirurgia, meio segundo seria relevante. Então isso é um grande desafio”, afirmou um dos médicos que fez parte do time.
Centro de pesquisa da Universidade de Nebraska, parceira da Virutal Incision na pesquisa (Foto: reprodução/bkell/Wikipedia)
A cirurgia e sua representatividade
Lançado para a Estação Espacial Internacional no dia 30 de janeiro deste ano a bordo do foguete Falcon 9 da SpaceX, o procedimento vinha sendo ensaiado desde pelo menos agosto de 2021. A startup Virtual Incision trabalhava no MIRA já visando a sua aplicabilidade em viagens de longa distância no espaço, assim como seu uso na própria Terra. Os próximos passos da startup serão a adaptação do MIRA para conseguir realizar tais cirurgias sem a necessidade de uma equipe médica coordenando os movimentos do robô, capacitando-o a fazer tudo sozinho. A NASA tem planos de explorações longínquas pelo espaço, como visitar Marte que demora cerca de 2 anos, sendo assim, a utilização de robôs que têm a capacidade de fazer operações poderia aumentar a qualidade de vida dos tripulantes de uma viagem do tipo, assim como utilizar tal tecnologia para outros empreendimentos.
Como foi feita a cirurgia e detalhes da equipe médica
O robô possui dois braços controláveis que lhe permitem segurar uma tesoura e utilizá-la com precisão, como demonstrado no experimento com borracha. O time de médicos que controlou o robô durante o procedimento é da Universidade de Nebraska, onde parte do time desenvolvedor do MIRA, a Virtual Incision, também se localiza. A parceria entre a startup e a Universidade ocorre desde de 2020.
Foto Destaque: MIRA e as fitas de borracha que simulam tecidos humanos (reprodução/divulgação/Virtual Incision)