A equipe do professor Paulo Simões, da Universidade Mackenzie, publicou em 26 de junho um artigo na Monthly Notices of the Royal Astronomical Society em que parâmetros usados pelos cientistas para medir o lapso temporal na emissão de radiação em infravermelho após uma explosão solar foi contestado. O experimento usou dados de uma simulação para comparar com as informações coletadas após uma explosão solar real.
Resultados do experimento
Os cientistas envolvidos na pesquisa utilizaram os parâmetros atuais da comunidade científica para simular dados de uma explosão solar. Segundo a simulação, o depósito de energia na cromosfera libera intensa radiação nas faixas do espectro eletromagnético, chamado de "pés do arco" aconteciam em pares, com um intervalo de no máximo 0,45 segundos entre um e outro.
Porém os dados fornecidos pelo telescópio McMath-Pierce ao observar a explosão solar SOL2014-09-24T17:50 indicou que o intervalo entre os depósitos de energia foi de 0,75 segundos, 0,30 segundos a mais que o esperado.
Várias teorias foram formuladas para explicar o atraso observado, porém nenhuma simulação conseguiu provar estas hipóteses. Os cientistas chegaram à conclusão de que os parâmetros atuais precisa ser reformulados.
Segundo os cientistas que participaram da elaboração do artigo, o atraso pode indicar que existam outros processos envolvidos no transporte de energia durante uma tempestade solar, estes mecanismos serão considerados e estudados nas próximas pesquisas sobre o assunto.
Como acontece uma explosão solar
As explosões solares podem chegar a durar horas e são causadas pela liberação de energia dos campos magnéticos da atmosfera solar. Normalmente o fenômeno acontece em regiões de mancha solar, causadas por mudanças no campo magnético.
Aurora boreal (Foto: reprodução/Arctic-Images/Gatty Image Embed)
As tempestades solares são naturais e podem ocorrer diariamente. A Terra possui um campo magnético que serve como um escudo, impedindo o planeta de sofrer graves danos quando o evento acontece. A reação dos ventos solares na atmosfera terrestre dá origem ao fenômeno da aurora boreal.
Foto destaque: explosão solar (reprodução/Freepik/Engenhariae)