Em 2023, quando ingressou no seleto grupo das empresas avaliadas em mais de US$ 1 trilhão, a Nvidia teve um ano notável no ramo da IA (inteligência artificial). Mesmo assim, ela continua em ascensão em 2024. A desenvolvedora de processadores está prestes a alcançar a Amazon em valor de mercado, apesar dos desafios ocasionados pela alta demanda a médio prazo, apesar das melhorias na cadeia global de semicondutores. A empresa se vê cada vez mais exigida devido ao aumento na adoção de técnicas de IA generativa por grandes corporações.
Avanço da tecnologia e alta demanda
Marcio Aguiar, diretor da divisão Enterprise da Nvidia para América Latina, destaca que as grandes empresas nos setores financeiro, de varejo e saúde estão cada vez mais interessadas em hardware de processamento para IA generativa. Embora o uso de IA tenha sido o principal tema em 2023, o avanço da tecnologia leva agora mais corporações a criar infraestrutura própria para rodar processos no desenvolvimento de modelos de linguagem.
Aguiar explica que, enquanto a primeira etapa de treinamento de uma IA generativa continua nas mãos de grandes provedores de nuvem, como Google Cloud, Microsoft Azure e AWS, a segunda etapa, de inferência, está sendo realizada cada vez mais pelas próprias corporações. A Nvidia tem incentivado as empresas a utilizarem sua própria estrutura para essa fase.
Os data centers também desempenham um papel crucial, fornecendo infraestrutura tanto para hyperscalers quanto para as empresas. Aguiar destaca a importância desse novo modelo de negócios para a Nvidia, que enfrenta uma demanda crescente.
Destaque em 2023, Nvidia segue em ascensão (foto: divulgação/Site/Nvidia)
Desafios e Estratégias
Mesmo com o cenário favorável, a Nvidia enfrenta desafios de produção, apesar da melhoria na cadeia de semicondutores. A empresa, dependente da fabricante taiwanesa TSMC, investiu cerca de US$ 4 bilhões para atender à demanda, mas fontes indicam que, no curto prazo, a empresa pode não conseguir cumprir totalmente os pedidos.
Aguiar menciona que as restrições de exportação de tecnologias de chip pelos Estados Unidos têm levado a Nvidia a desenvolver soluções alternativas para manter as exportações, beneficiando o mercado europeu. A empresa não vê grandes riscos na eleição favorável à independência de Taiwan, sua parceira crucial.
Perspectivas Futuras
Apesar dos desafios, as fontes consultadas não enxergam grandes ameaças à Nvidia a curto ou médio prazo. Com a crescente demanda por IA, a empresa continua apresentando resultados robustos e valorização no mercado de ações. A forte presença no Brasil, especialmente em parceria com universidades e setores de energia e finanças, contribui para a expansão da empresa na América Latina.
Foto Destaque: Nvidia está próxima de alcançar a Amazon (divulgação/Site/Nvidia)
