Inicialmente idealizado na década de 90 e com um histórico de desenvolvimento bastante turbulento — chegado até mesmo a quase ser cancelado em 2011 —, o telescópio espacial James Webb (JWST) foi lançado em 2021 pela NASA em parceria com a Agência Espacial Europeia (ESA) e a Agência Espacial Canadiana (CSA), com o objetivo de colocar em órbita no espaço um observatório capaz de captar a radiação infravermelha emitida por corpos celestes distantes, podendo assim observar a formação das primeiras galáxias e estrelas.
Desde seu lançamento, o telescópio já auxiliou na captação de inúmeras imagens de tirar o fôlego. E, recentemente, a NASA novamente divulgou mais uma foto impressionante, retratando a colisão de duas galáxias.
Oficialmente nomeada NGC 3256 pelos pesquisadores responsáveis pelo estudo, ela pode parecer apenas uma galáxia espiral normal à primeira vista, mas esse corpo celeste na verdade é o destroço de uma colisão entre duas galáxias espirais que ocorreu há mais de 500 milhões de anos.
Foto da NGC 3256 tirada pelo telescópio JWST e divulgada pela NASA (Foto: Divulgação/NASA).
Essa foto também exemplifica a poderosa capacidade de captação de luz infravermelha que o JWST possui, já que ele foi capaz de tirar uma fotografia detalhando o coração da galáxia, que está localizada a cerca de 120 milhões de anos-luz de distância.
Seguindo o pensamento tradicional, é esperado que galáxias espirais tenham uma forma mais ordenada, mas a NGC 3256 é particularmente caótica. Há “braços” partindo do centro, bem como nuvens de poeira e estrelas extremamente brilhantes. Isso se dá pois o choque entre as duas galáxias antigas também ocasionou em um impacto entre duas nuvens de gás, que se fundiram violentamente, portanto criando em massa os materiais necessários para a formação de novas estrelas. Segundo a ESA, isso resultou numa enorme cadeia de estrelas sendo formadas em sequência.
Por serem relativamente novas, essas estrelas ainda irradiam energia exageradamente em comprimentos de onda infravermelhos, que estão claramente visíveis na foto tirada pelo JWST.
De acordo com a NASA, a foto também mostra que embora grande parte das estrelas pertencentes às duas galáxias tenham sobrevivido ao impacto, algumas delas foram empurradas para fora da galáxia após a fusão. Isso gerou uma “característica de maré”, que pode ser vista no halo cinza escuro envolvendo a poeira estelar alaranjada.
Foto destaque: Foto do telescópio James Webb lançado em 2021 (Divulgação/NASA).